DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Marco Mendes e Miguel Carneiro

Estes dois autores formados na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, o primeiro em Artes-Plásticas/Pintura e o segundo em Design de Comunicação, encontraram-se no seu percurso a propósito de interesses comuns: banda desenhada, ilustração, fanzines, etc. Desde logo constataram a proeminência do desenho nos seus percursos e trataram de reunir em publicações muito dos trabalhos que ficam esquecidos nas pastas e gavetas dos ateliers. Sem esquecer os restantes companheiros iniciaram um projecto de fanzines representativo de uma geração de artistas emergentes. Depois da produção dos primeiros títulos: Paint Sucks, Lamb-hãert, Hum!... Estou a ver, Estou Careca e a Minha Cadela Vai Morrer, lançaram-se na aventura da banca de publicações e edições independentes A Mula que tem vindo a percorrer o país integrada em eventos culturais, festivais e feiras dedicadas ao tema. O último fanzine da dupla com o título Cospe-Aqui teve uma tiragem de 1000 exemplares, e foi lançado e distribuído por várias pontos de norte a sul do país, alcançando um feedback que surpreendeu todas as expectativas. Basta confirmar pelo número de entradas “Cospe Aqui” que se encontra quando se faz uma pesquisa no Google com esse nome. Neste momento Miguel Carneiro e Marco Mendes encontram-se a preparar Qu’Inferno! o próximo fanzine. Desde o início deste ano lectivo Miguel Carneiro e Marco Mendes leccionam no primeiro curso de licenciatura em Banda Desenhada e Ilustração em Portugal que decorre na Escola Superior Artística do Porto – extensão de Guimarães. A dinâmica na escola pode ser consultada neste blog dedicado ao curso, http://whham-bamm.blogspot.com/

Tenho Orgulho Em Ser Uma Vaca


Pintura mural realizada no parque infantil de Santa Cruz da Graciosa, em Fevereiro de 2008

Esta pintura mural partiu do desejo de representar alguns elementos alusivos à nossa passagem pela ilha, recheada de histórias caricatas e momentos contemplativos, propiciados quer pelas extraordinárias paisagens, quer pela gente afável e carinhosa que nos recebeu. Foi uma obra colectiva produzida em jeito de agradecimento, e durante a sua execução divertimo-nos imenso, como se percebe pelo resultado final. A interacção com os residentes locais (sobretudo crianças) que por lá passavam enquanto estávamos a pintar, foi um dos melhores indicadores de que não havíamos errado na nossa proposta de decorar o parque infantil com uma pintura tão provocatória quanto divertida.
Esperamos poder regressar aos Açores e repetir a experiência num outro contexto. O convívio intenso com todas as pessoas envolvidas no Festival Festa Redonda, a simpatia e generosidade de todos com que nos cruzamos funcionou verdadeiramente como uma espécie de reforço positivo e ficará para sempre na nossa memória.


Um Abraço a todos!!

Marco Mendes
Miguel Carneiro
Miguel Januário

(ver biografias)

terça-feira, 11 de março de 2008

Teresa Perdigão


Nasceu em Portugal há 52 anos. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e Mestra em Antropologia. Fez o Curso de Antropologia e Imagem no Museu Nacional de Etnologia, em 1996, coordenado por Catarina Alves Costa.
Realizou “Nas Termas da Rainha” (1996), co-realizou “Florípes – O Auto de Florípes na Ilha do Príncipe” (1998) e “Pico - A Ilha da Montanha” (2004).
Venceu o Prémio de Melhor Montagem nos IX Encontros Internacionais de Cinema Documental com “Florípes – O Auto de Florípes na Ilha do Príncipe”.

Júlio Barata


Nasceu em 1958 na Beira Baixa. É licenciado em em Cinema Vídeo e Comunicação Multimédia, com uma especialização de Produção e Realização. É mestrando de Estudos Cinematográficos. Tem formação em Guionismo, Dramaturgia da Imagem e na Criação e Realização de Filmes Publicitários.
Como freelancer tem realizado documentários nas áreas da etnografia, música e festas tradicionais, filmes publicitários e comerciais. É autor e realizador de curtas-metragens de ficção, em Alta Definição, vídeo e em filme de 35 mm.
Pertence aos quadros da RTP desde 1986. É produtor e professor da Licenciatura de Cinema e Vídeo da Universidade Lusófona.
Escreveu o argumento e realizou “A Metáfora”, “A Verdade Perigosa” e “Auto Retrato” (os três de 2004). É seu o argumento de “O Sonho” (2003).
No campo do documentário, realizou: “Feed-Back Positivo”, “Resolução de Conflitos”, “As crianças em Idade Pré-Escolar”, ”Representação Activa”, “Animação e Lazer”, “Motivação”, “A Aeróbica”, “A Musculação”, “Educação Física”, “A Massagem”, “Hidroginástica e Actividades Aquáticas”, “Descubra Portugal”, “O Pintor Júlio Resende” e “A Ilha da Montanha” (este último, que faz parte da selecção do Festa Redonda, em 2004).

A Ilha da Montanha


A montanha apadrinhou-a e os habitantes chamaram-lhe Ilha do Pico.
Ilha açoriana de pedras negras, de pão escasso e de vinho verdelho, com o mar a acenar novos caminhos e outros futuros.
Alguns responderam ao chamamento e partiram, mas outros ficaram. Foram pastores, pescadores e baleeiros. Sulcaram a terra, do mar até à montanha. Criaram gado e outras formas de subsistência, que foram escasseando cada vez mais. Abriram caminhos e encontraram soluções. Fizeram cantigas de seroar e dançaram a chamarrita ao som do violino.
Mas a ilha mudou e muitos dos que partiram, hoje estão de regresso.
A montanha tornou-se apetecível e o mar adoçou o penar de outrora.
É destas mudanças que nos falam três habitantes do Pico: Canarinho, Costa e Daniel. Este emigrou e, anos mais tarde, fixou-se na ilha, onde trabalha e vive porque vale a pena voltar. O Costa saiu para estudar e regressou com o entusiasmo do seu amor pela ilha à qual dedica as suas canções. O Canarinho nunca emigrou. Através da música e do canto levou a recordação da ilha maior por esses países fora, como mercador da saudade.
Os três, na adega de Canarinho, oferecem-nos, em conversas quase privadas, uma viagem pelos recursos da ilha, do quotidiano, da música e das suas paisagens, sempre embalados na bruma da memória.

Um filme de Júlio Barata e Teresa Perdigão

Ver biografias de Júlio Barata e Teresa Perdigão