Um projecto de documentário sobre a ilha de S. Miguel por Amaya Sumpsi
Nota de Intenções
A motivação inicial que deu lugar ao nascimento deste projecto foi a vontade de transmitir, através da linguagem audiovisual, um mundo que considero repleto de vida e expressividade e que, no entanto, apesar de profundamente açoriano, é frequentemente esquecido e abandonado em favor de produtos mais “atractivos”. Quero mostrar o que resta duma forma de vida intrínseca à cultura açoriana e portuguesa, que tem vindo a ser suplantada por uma indústria piscatória despersonalizada e arrasadora.
Proponho este documentário como uma homenagem aos últimos pescadores de “boca aberta”, de forma a contribuir para a preservação desta cultura tradicional: tenciono fazer ouvir a voz dos mestres antes que esta se apague, motivando-os a partilhar a suas perspectivas e experiências de vida, tão diferentes das da nossa geração. Assim, este documentário é também uma aprendizagem através de um processo de partilha que leva a descobrir, a cada instante de convivência com as pessoas desta comunidade, um mundo complexo de relações humanas.
Desta maneira, tenciono aproximar as vivências destes homens e do mundo das pescas ao nosso presente actual, dominado pela tecnologia e o consumismo, e curiosamente alheio ao passado. Considero assim que este projecto reúne todas as condições para não só mostrar o quotidiano desta comunidade de pescadores, como também para contar uma história que prenda o espectador pela sua humanidade. Pretende-se aproximar a comunidade piscatória dos Açores das outras comunidades através da empatia que uma história pessoal e real cria entre o protagonista-espectador.
A mim, como realizadora, cabe-me estruturar os acontecimentos explorando o seu passado, presente e futuro para os transmitir ao espectador. Porém, não quero limitar o meu papel apenas ao de mero observador, como elemento passivo perante a acção. Tenciono intervir mas não influenciar: promover a discussão, questionar o estabelecido por anos de tradições e por convenções sociais, avivar a consciência adormecida motivando o debate. No entanto, não pretendo com esta atitude favorecer uma determinada posição. Não tomo partido, mas encorajo para que se tomem posições, sejam elas quais forem desde que devidamente argumentadas.
Amaya Sumpsi
4 comentários:
Espero ansiosamente ver en el Festival Porto Formoso.
Es un proyecto en el que Amaya lleva meses trabajando y seguro que va a ser muy emocionante verlo en las Azores
Enhorabuena a Amaya Sumsi por este documental. Lo que figura en la sinopsis promete mucho. ¡Qué buena combinación, la agudeza y sensibilidad de Amaya y el estupendo tejido de Açores!
Vamos lá à tasca de P.F. beber um vinho de cheiro com o Didio e o Cabral...
Me encanta el planteamiento que hace Amaya para su documental.Veo gran coherencia en la exposición y preveo un documental realista, pero con un toque de ternura y sensibilidad, que no dejará a nadie impasible, aunque, como ella dice, "procurando que sea el espectador el que tome partido."... Creo que va a ser un trabajo espléndido que añadir a su ya interesante carrera profesional.
Espero poder disfrutarlo pronto.
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