DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede


O Festival Festa Redonda celebrou recentemente um acordo de cooperação cultural com a Junta de Freguesia de Ribeira Chã, no concelho de Lagoa, em S. Miguel, com o objectivo de intervir na decoração da nova sede da autarquia com obras inéditas de diversos artistas plásticos ligados ao festival.
O edifício a inaugurar dia 1 de Junho, numa cerimónia que contará com a presença do Governo Regional dos Açores, albergará 27 obras de artistas seleccionados pelo Festival: Catarina Machado, Isabel Monteiro, Patrícia Timóteo (Pintura), Carla Mendes (Fotografia) e Isabel Sousa Carvalho (Escultura).
As obras de ampliação que agora terminam trarão uma importante melhoria ao funcionamento da autarquia local e à forma desta interagir com a população. A freguesia de Ribeira Chã, de acordo com os últimos Censos de 2001, tem apenas 366 habitantes. Para um evento, como o Festa Redonda, que tem por objectivo facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar novos valores em nove áreas de criação artística distintas, esta era uma oportunidade de ouro.
O conjunto impressionante de obras de arte agora adquirido pela Junta de Freguesia de Ribeira Chã poderá contribuir para colocar a comunidade no roteiro de outros micaelenses.
A obra de ampliação custou quase 155 mil euros e foi financiada pela Câmara Municipal de Lagoa, com o apoio do Governo Regional dos Açores, através de um contrato ARAAL, no valor de 71 719 euros.
Foi construído um novo edifício – onde ficarão uma cave, instalações sanitárias públicas e seis salas destinadas ao atendimento, formação e reuniões - para colmatar a falta de espaço que existia no anterior.
No novo espaço (na cave), vão funcionar a sede da Associação de Jovens da Ribeira Chã e um Posto de Informação Juvenil, cuja abertura está prevista para Julho.
A cerimónia da inauguração da nova sede da Junta de Freguesia da Ribeira Chã será presidida pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, e contará com a presença do Presidente da Assembleia Municipal, João Manuel Moniz, do Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, João Ponte, e da Presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Chã, Albertina Oliveira.
O Festival Festa Redonda cumpre assim o objectivo e o desejo de ser parte activa na dinamização de comunidades açorianas pequenas e/ ou isoladas.


Novo edifício receberá exposição da etapa de Escultura em S. Miguel
Também no dia 1 de Junho, será inaugurada uma exposição no âmbito da etapa de Escultura do Festival Festa Redonda em S. Miguel: estarão patentes no jardim da Junta de Freguesia diversas obras de exterior até ao final desse mês.



Águas Furtadas & Outras Ausências


Águas Furtadas & Outras Ausências é o segundo filme da Trilogia das Ausências, iniciada em 2005 com a longa-metragem Ausências de Espírito.
Dividido em três novos segmentos, o filme continua a explorar as mesmas temáticas da saudade e ânsia de preencher um vazio espiritual; desta vez, apresentando diversas personagens que, directa ou indirectamente, estão ligadas à mítica figura do poeta exilado Tomás.
Com um elenco internacional liderado por Martina Goodman, Luís Correia Carmelo, Ivania Elena, Martin Nowacki, Alexandre Guedes de Sousa e Sara Aleixo, Águas Furtadas estende igualmente a sua abordagem multicultural à banda sonora, na qual se pode encontrar Matt Howden, J.S. Bach, Tierna Mangano, Neil McSweeney, Cânticos Tradicionais do Quénia, Paul da Silva e Adriana Miki.
A trilogia, escrita e realizada por João Paulo Simões, conclui em 2009 com Ausências Que Ficam.


Ver biografia de João Paulo Simões

João Paulo Simões


Nascido a 4 de Janeiro de 1976, João Paulo Simões viria a explorar diversas formas de expressão artística, antes de as consolidar numa única arte – a do Cinema.
A sua filmografia é eclética e distinta tanto na abordagem formal como no conteúdo; tendo sido também pontuada ao longo dos anos por trabalhos nas áreas dos documentários e videoclips.
Para além da Captüra Filmes, a sua produtora independente criada em 2003, João Paulo Simões gere desde 2007, como complemento profissional, a Frontier Media, com a qual produz e dirige projectos nas já referidas áreas periféricas. Dos seus trabalhos cinematográficos destacam-se Torpor, Ausências de Espírito, Antlers of Reason, Águas Furtadas & Outras Ausências e Torpor Rvisitado (actualmente em produção).

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Marc Weymuller


Marc Weymuller nasceu na França, em Marselha, em 1965. Desde 1989 que escreve e realiza obras de ficção ou documentários de autor, em alternância com filmes por encomenda. Em 1988 descobre Portugal, onde roda vários filmes. Em 2007, conhece o produtor Francisco Villa Lobos e, a seu pedido, acompanha durante dois meses o realizador Vicente Jorge Silva na rodagem do filme « As Ilhas Desconhecidas ». Descobre, assim, as nove ilhas do arquipélago dos Açores.

Um dia tranquilo, entre céu e mar


Um projecto de documentário sobre a ilha do Pico a realizar por Marc Weymuller

Nota de intenções

Imaginai a voz desse escritor Dias de Melo, lendo alguns excertos dos seus livros, interrogando-se sobre o quotidiano, uma voz espectral, que fala nesse intervalo entre dois mundos: aqui, agora, algures, noutro tempo.

Aprendi uma coisa: apenas mostramos bem o que está em vias de desaparecer. Na Calheta de Nesquim, é toda uma maneira de estar no mundo que se vai extinguir. Por isso mesmo, ela aparece mais claramente aos nossos olhos. Aqueles que lá estão, sem fazer nada, o que esperam? Até quando estarão lá? E esse escritor, cujo nome figura já, « imortalizado », numa placa de rua, porque continua a escrever, para escapar a que fatalidade, a que medo? Surgiu a ideia de um filme. Pôr a câmara diante de uma janela no canto de uma casa ou de um café, no adro de uma igreja, no segredo de uma ruela. Esperar para ver o que se passa e como se passa. Ficar ali, onde parece que nada mais irá acontecer. E escutar a voz daquele que narra, que se interroga. Ao contar um dia de Dias de Melo na sua aldeia natal, ao ouvi-lo narrar o seu quotidiano habitual, contamos também a história colectiva de muitas outras pessoas idosas dos Açores, a do luto precoce, da solidão, da melancolia. A dos lugares abandonados pela grande história, das portadas fechadas, das casas abandonadas. « Quem vê um povo, vê o mundo todo ». Contamos também a história mais vasta de todos aqueles que assistem impotentes ao fim de uma era, que vêem o tempo fugir e tentam em vão impedi-lo. Ao filmar não faço mais do que reter o mundo que se escapa, prolongando um olhar, uma escuta, uma memória.

Ver biografia de Marc Weymuller

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Exposição e Workshop de Ilustração


Exposição de Ilustrações para a infância

Tenho um armário cheio de ideias. Números que saltam. Todas as fórmulas que aprendi. Onde estão? Ainda devem viver em algum lado.
Aparecem por vezes numa gaveta ou jarra com plantas velhas. O vento por vezes também traz operações de geometria.
Dividir uma linha recta. As estatísticas e as máquinas - ocupam as prateleiras e partilham o espaço com as bicicletas e os meus livros de história.
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10
Com 2 anos as crianças são já capazes de contar.
Elas têm uma capacidade invulgar de estabelecer relações e criar mundos quase abstractos.
A ilustração é uma linguagem que acrescenta níveis de leitura a um texto. Mas pode ela própria ser o veículo do conteúdo.
Nesta exposição mostro diferentes formas de abordar o universo da ilustração, e em que a colagem é um elemento unificador das várias abordagens.
Ilustrações em exposição - cerca de 30 de diferentes projectos: Colecção Histórias do Senhor Valéry, Colecção Rimas de Inventar, White Square Figures, Prémio Jovens Criadores e Ilustrações de jornais e revistas.

Workshop de Ilustração para Crianças

No dia da inauguração da exposição estou disponível para fazer uma aula de ilustração com um grupo de cerca de 20 crianças com idades a partir dos 4 anos.
O objectivo é que elas elaborem uma ilustração tendo como ponto de partida um pequeno texto. A técnica a explorar é a colagem como forma gráfica, explorando o potencial estético dos materiais.
Os materiais a utilizar são de desperdício (recortados de jornais e revistas, letras, papel colorido, tecidos) e elementos vegetais, fornecidos por mim. Cada criança deve trazer uma tesoura de bicos redondos, cola e papel branco.

Por Raquel Caiano

A ilustração foi publicada no número 2 da revista GINGKO, ilustrando um artigo sobre a obesidade infantil e como os pais podem lidar com o problema

Ver biografia

Rachel Caiano


Nasceu em 1977.
O Livro "Os Dois Lados" foi seleccionado para a Exposição "The White Ravens 2008" - Uma selecção internacional dos melhores livros de 2007 - organizada pela International Youth Library, patente na Feira do livro infantil de Bolonha.
Venceu o Prémio de Jovens Criadores 2007 na área da ilustração.
Desenvolveu, em 2005, um projecto artístico - com o objectivo de explorar a relação das crianças com objectos, ideias e conceitos - para o Teatro Aveirense, baseado no livro “O Senhor Valéry” de Gonçalo M. Tavares.
Realizou vários workshops de ilustração a crianças do 5º ano e leituras encenadas.
Exposições individuais: “O rádio que engolia sons”, na galeria Respública, 2004; “Viagens a países imaginários” e “Riscos e construções” na livraria “o Navio de espelhos”, entre outras. Várias Exposições colectivas.
Ilustrou os livros: Colecção o ”O Bairro” de Gonçalo M. Tavares, publicada pela Caminho, de onde se destaca “O senhor Valéry” (prémio Branquinho da Fonseca de Literatura para a Infância da Gulbenkian/ Expresso); “Real…mente”, de Teresa Guedes, parte do plano nacional de leitura, 2005, Caminho; “Histórias tais animais e outras mais” e “Histórias de Patente com Tenente e Outra Gente”, de Pedro Teixeira Neves, 2007 Caminho.
Tem ilustrações em várias publicações, como as revistas Magazine Artes, Pais e Filhos, Aprender a olhar, Colóquio Letras, Notícias Magazine, Egoísta, Atlantis, Pessoal, Domingo e no jornal A Capital.
Trabalha na criação de espaços e objectos de autor.
Curso de Realização Plástica do Espectáculo da Escola Sup. de Teatro e Cinema.
Bolseira do Centro Nacional de Cultura, com o projecto Personagens para uma realidade inútil, na área de Artes do Espectáculo. Bolseira do M.C em 2002, na área de Dramaturgia.
Frequentou Arquitectura na Lusíada e Artes Gráficas no Ar.Co.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Porto Formoso


Um projecto de documentário sobre a ilha de S. Miguel por Amaya Sumpsi

Nota de Intenções

A motivação inicial que deu lugar ao nascimento deste projecto foi a vontade de transmitir, através da linguagem audiovisual, um mundo que considero repleto de vida e expressividade e que, no entanto, apesar de profundamente açoriano, é frequentemente esquecido e abandonado em favor de produtos mais “atractivos”. Quero mostrar o que resta duma forma de vida intrínseca à cultura açoriana e portuguesa, que tem vindo a ser suplantada por uma indústria piscatória despersonalizada e arrasadora.
Proponho este documentário como uma homenagem aos últimos pescadores de “boca aberta”, de forma a contribuir para a preservação desta cultura tradicional: tenciono fazer ouvir a voz dos mestres antes que esta se apague, motivando-os a partilhar a suas perspectivas e experiências de vida, tão diferentes das da nossa geração. Assim, este documentário é também uma aprendizagem através de um processo de partilha que leva a descobrir, a cada instante de convivência com as pessoas desta comunidade, um mundo complexo de relações humanas.
Desta maneira, tenciono aproximar as vivências destes homens e do mundo das pescas ao nosso presente actual, dominado pela tecnologia e o consumismo, e curiosamente alheio ao passado. Considero assim que este projecto reúne todas as condições para não só mostrar o quotidiano desta comunidade de pescadores, como também para contar uma história que prenda o espectador pela sua humanidade. Pretende-se aproximar a comunidade piscatória dos Açores das outras comunidades através da empatia que uma história pessoal e real cria entre o protagonista-espectador.
A mim, como realizadora, cabe-me estruturar os acontecimentos explorando o seu passado, presente e futuro para os transmitir ao espectador. Porém, não quero limitar o meu papel apenas ao de mero observador, como elemento passivo perante a acção. Tenciono intervir mas não influenciar: promover a discussão, questionar o estabelecido por anos de tradições e por convenções sociais, avivar a consciência adormecida motivando o debate. No entanto, não pretendo com esta atitude favorecer uma determinada posição. Não tomo partido, mas encorajo para que se tomem posições, sejam elas quais forem desde que devidamente argumentadas.

Amaya Sumpsi

Amaya Sumpsi


Natural de Madrid, licenciou-se em Realização de Cinema e Televisão, na Escola Superior de Artes e Espectáculos de Madrid, em 2003. A esta licenciatura acrescenta uma segunda em Literatura e Escrita na Universidade Complutense de Madrid.
Em Espanha, realiza duas curta-metragens de ficção: "Ronny" (16mm), com guião adaptado dos Irmãos Cohen e "Carla" (35 mm) com argumento original. Colabora com o Ministério de Agricultura na escrita, realização e montagem da peça audiovisual “Jó, qué cena!”. Participa em diversos projectos audiovisuais em áreas como produção, realização e argumento.
Chega a São Miguel, Açores, em 2003. Durante a sua estadia trabalha para a Kairós- Criações Periféricas como responsável pelo laboratório de fotografia e na organização de eventos como a Maratona de Fotografia de São Miguel e o Torneio de Fotografia Subaquática do lhéu de Vilafranca. Muda-se para Lisboa em 2005 e, além de colaborar na produção de doumentários como “Waiting for Europe” (Chrisitine Reeh) e “O Homem Criança” (Tiago Pereira), junta-se a Rita Figueiredo e Sandra Gomes para montar o projecto “Docfilmes” (www.docfilmes.com), através do qual faz vídeos para empresas como BlockBuster; Throttlemann; making of´s para as últimas longas-metragens de Atalanta Filmes e vídeos institucionais para Artemrede. Igualmente, dedica-se à legendagem de filmes para os mais diversos festivais: DocLisboa, Indie Lisboa, European Film Festival, entre outros.

Nathalie Mansoux


Nathalie Mansoux, de 33 anos, é licenciada em Antropologia pela Universidade Paris X (1999), onde já tinha concluído um Bacharelato em História (1995). Durante a licenciatura, frequentou o curso de Antropologia Social no ISCTE, em Lisboa, à boleia do programa Erasmus, e realizou o trabalho final do curso sobre a revalorização da Baixa Pombalina. Tem formação em Cinema Etnográfico.
O seu trabalho na área do cinema começou em 2002, quando coordenou o Festival de curtas-metragens Os Invisíveis (Centro Cultural e Recreativo Chapitô). Em 2002 e 2003, foi responsável pelas Videotecas do Festival DocLisboa e do Cinéma du Réel (Paris).
Desde 2003 até à actualidade que faz tradução e legendagem de filmes para a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. Entre 2005 e 2007, também fez a legendagem de filmes para os festivais DocLisboa e IndieLisboa.
Entre 2002 e 2007, fez a pesquisa e foi assistente de realização para o documentário Ruas da Amargura, de Rui Simões, sobre os sem-abrigo e as instituições de apoio à população marginalizada em Lisboa. No mesmo período, foi operadora de câmara e montagem de vídeos promocionais.
Entre 2005 e 2008, realizou “Via de Acesso”, o documentário de 90 minutos que lhe valeu, agora em Maio, o Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa no Festival Indie Lisboa 2008: os últimos habitantes da Azinhaga dos Besouros, na periferia de Lisboa, não têm direito ao realojamento; vivem a demolição do seu bairro, onde no futuro irá ser construída uma via rápida.
Em 2007, realizou “Femmes en Construcción”, um documentário sobre a construção de um centro comunitário para mulheres em Joal-Fadiouth, Senegal (co-produzido por Arquitectos sin Fronteras, Espanha).
No currículo, conta ainda com “Mémoires” (documentário, 2005) e “De Paso por Juchitán”. O último, um documentário de 2001 sobre uma comunidade reivindicativa do Sudeste mexicano (co-produção Callysta productions e CitizenTV) ganhou o Prémio Melhor Documentário no Festival Ovarvídeo 2002 e integrou as selecções do Malaposta 2001 e Vozes Contra El Silencio 2002.