Uma das grandes libertações de estar no Corvo é não sentir as datas. Se hoje é o meu aniversário pouco interessa. Como aqueles pequenos peixes que se colam ao Mero das águas do Corvo para poderem navegar, eu prefiro cantar os parabéns ao Roque, o homem que nasceu em 1919 neste mesmo dia, sessenta anos antes de mim. Nuvens negras inundam a vila de escuro e a sensação de concha resume-se. Aqui estamos protegidos do mundo mas não dos males do mundo. Assusta-me o rumo deste modo de vida, ausente de passado e história, rasurado pelo aumento das condições de vida. Naturalmente instável e precário. Ter orgulho no Corvo é ter orgulho de viver na particularidade, na invenção de um modo de vida particular. O centro é onde estamos e não o que se compra.
Um comentário:
oh gonçalo nem acredito que fazes anos no mesmo dia que o meu avô e nem comentaste fico com pena não sabia e ainda por cima estivemos todos juntos lá poderia ter sido uma festa a duplicar mas antes tarde que nunca espero que o teu aniversário tenha sido bom e que tenhas gostado de o ter passado no corvo
os meus parabéns atrasados que sejas muito feliz nunca me esqueçerei de voces os dois bj vera
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