São vários mundos, não há explicação. A vila é só uma pequena percentagem do que se pode ver no Corvo. Lá para cima, a pique, é todo um outro olhar de verde e vertigem. Subimos e a nossos pés, longe, está um mar enorme, pontilhado de espuma. Estamos num rochedo espigado. É só isso. Erguido no meio do Atlântico. Contam-nos sobre a Cara do Índio, escarpada na rocha, a Noroeste da ilha, descoberta há dez anos pelo Wes da companhia de dança francesa que todos os anos faz residência no Corvo. Teve que vir alguém de fora para imaginar uma figura numa rocha virada para o mar. É sempre assim e aqui ainda mais: falta-nos muito para descobrir a nossa própria casa, ter curiosidade de fazer como os exploradores. Agora há um caminho pedestre assinalado e tudo, pelo meio dos campos e das vacas inclinadas que não caiem ao vento forte. Saltamos e voamos no ar. São rajadas que nos fazem cair, mesmo pesados com o material às costas. É quase impossível filmar, o tripé não se aguenta no chão. A luz é fraca, tapada pelas nuvens. Mas o que vemos é impressionante. A junção da terra e do mar com as nuvens. Cambiantes e força desmedida. Agora já temos o rabo da pista do aeroporto, lá
Gonçalo Tocha
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