Ilha açoriana de pedras negras, de pão escasso e de vinho verdelho, com o mar a acenar novos caminhos e outros futuros.
Alguns responderam ao chamamento e partiram, mas outros ficaram. Foram pastores, pescadores e baleeiros. Sulcaram a terra, do mar até à montanha. Criaram gado e outras formas de subsistência, que foram escasseando cada vez mais. Abriram caminhos e encontraram soluções. Fizeram cantigas de seroar e dançaram a chamarrita ao som do violino.
Mas a ilha mudou e muitos dos que partiram, hoje estão de regresso.
A montanha tornou-se apetecível e o mar adoçou o penar de outrora.
É destas mudanças que nos falam três habitantes do Pico: Canarinho, Costa e Daniel. Este emigrou e, anos mais tarde, fixou-se na ilha, onde trabalha e vive porque vale a pena voltar. O Costa saiu para estudar e regressou com o entusiasmo do seu amor pela ilha à qual dedica as suas canções. O Canarinho nunca emigrou. Através da música e do canto levou a recordação da ilha maior por esses países fora, como mercador da saudade.
Os três, na adega de Canarinho, oferecem-nos, em conversas quase privadas, uma viagem pelos recursos da ilha, do quotidiano, da música e das suas paisagens, sempre embalados na bruma da memória.
Um filme de Júlio Barata e Teresa Perdigão
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