DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

domingo, 5 de outubro de 2008

Parque habitacional da Praia da Vitória em crescimento


A MCFreitas Mediação Imobiliária está a comercializar, em regime de exclusividade, o novo empreendimento residencial da Praia da Vitória, na Ilha Terceira.
Localizados em pleno centro da cidade, com o complexo da Marina e Praia dos Banhos a menos de 50 metros, os 16 apartamentos, de tipologias T2 e T3, actualmente disponíveis no mercado imobiliário fazem parte de um conjunto de 20 imóveis, distribuídos por dois pisos, em regime de condomínio fechado.
Um novo espaço habitacional que alia o conforto à segurança, pelo que todos os apartamentos estão dotados de alarme, cofre interior, ar condicionado, cozinha de design moderno e totalmente equipada, quartos com roupeiros embutidos e casas de banho com banheira de hidromassagem.
Fora das habitações, mas nas áreas comuns do empreendimento, outros pormenores fazem parte das mais valias oferecidas, como, os amplos jardins que permitem desfrutar de um ambiente natural em pleno centro da cidade, as vistas sobre o mar e a serra, ou a proximidade a infra-estruturas educativas, comerciais e públicas.
A comercialização deste novo empreendimento residencial na Praia da Vitória, apoiada pela Associação Cultural Festa Redonda, traduz-se num significativo incremento do parque habitacional da região, principalmente num segmento de qualidade médio/superior.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Praia da Vitória recebe primeiro empreendimento turístico verde



Dentro de dois anos, a Praia da Vitória, na Ilha Terceira, terá a primeira unidade hoteleira de luxo. A par das 28 unidades de alojamento, que significam um acréscimo de 92 camas na oferta de alojamento turístico da ilha, o Atlântida Mar – Aparthotel será o primeiro hotel do arquipélago dos Açores com preocupações ambientais.
O projecto apresentado pela Atlântida Mar – Empreendimentos Turísticos Lda., a empresa responsável pela construção do novo empreendimento turístico, e apoiado ao nível da captação de investimento pela Associação Cultural Festa Redonda constitui uma resposta ao aumento da procura da Ilha Terceira como destino turístico de férias e estadias de família, sobretudo por turistas do continente e estrangeiros.
Com um modelo arquitectónico ao estilo contemporâneo, a unidade hoteleira, prevista para uma classificação de quatro estrelas, colocará no mercado 28 unidades de alojamento, distribuídas por três pisos. A par dos dez quartos duplos, 16 apartamentos T0 com divisória para uma cama extra convertível, um apartamento simples T1 e um apartamento T1 duplex, o Atlântida Mar – Aparthotel disponibilizará, ainda, todo o apoio logístico associado, um bar e uma sala de pequenos-almoços.
Com óptimas acessibilidades, como a futura Avenida Marginal, e tendo a baía da Praia da Vitória como horizonte, o empreendimento disponibilizará uma piscina exterior de água doce e uma zona verde e arborizada de lazer, proporcionando ao turista uma das paisagens mais bonitas do arquipélago.
Orçado em mais de dois milhões de euros, o Atlântida Mar – Aparthotel estará devidamente equipado para acolher pessoas de mobilidade reduzida.

Primeira unidade hoteleira para “Turistas Ecológicos”

Além da certificação do Sistema de Gestão de Qualidade (Norma ISO 9001:2000), o Atlântida Mar - Aparthotel deverá ser a primeira unidade hoteleira do arquipélago dos Açores a receber duas certificações de desempenho ambiental - registo no sistema de eco gestão e auditorias "EMAS" e adesão ao sistema comunitário "Rótulo Ecológico", um galardão apenas atribuído até ao momento a dois empreendimentos em Portugal, um na Madeira e outro no Norte do país.
A par das preocupações de eficiência energética, como a aquisição de equipamentos eléctricos de classe A ou superior, lâmpadas de baixo consumo e o aquecimento da água através do aproveitamento do calor do ar, a poupança de água e a separação e reciclagem de resíduos constituem duas prioridades para a empresa responsável pela gestão do empreendimento. Para tal, está prevista a colocação de dispositivos redutores do caudal de água das torneiras, chuveiros equipados com temporizadores e a instalação de ecopontos.
Situado naquele que é considerado um dos maiores ecossistemas nacionais, o Atlântida Mar – Aparthotel tenciona apostar nos recursos naturais da ilha Terceira, disponibilizando aos seus clientes actividades de animação turística que passam pela prática de golfe, pesca desportiva, passeios de barco, mergulho, observação de aves, passeios pela natureza e espeleologia, entre muitas outras actividades.


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Município da Praia da Vitória incentiva investimentos no turismo





Em resposta à crescente procura turística que a região tem sido alvo, o Município da Praia da Vitória quer ampliar a sua área de lazer ao autorizar a construção de infra-estruturas e equipamentos turísticos na freguesia do Porto Martins.
Isso mesmo está contemplado no Plano Director Municipal (PDM) que, ao abrigo dos subespaços turísticos, consagra um terreno urbano com uma área total de 25 mil metros quadrados à “construção de unidades hoteleiras de alojamento”, conforme o disposto no ponto 3, do Artigo 31, do referido instrumento de planeamento e ordenamento territorial.
O PDM não só estabelece o perímetro do terreno urbano disponível na Canada São Vicente – delimitado a nordeste pelo Caminho do Recanto, a noroeste pelo Caminho de Santo António, a sudoeste pela canada das Vinhas e a sudeste pela orla marítima, mas também um conjunto de regras a que as construções deverão obedecer, em nome da preservação paisagística e ambiental.
Os futuros investimentos turísticos, que contarão com o apoio da Associação Cultural Festa Redonda no que concerne à captação de investidores para o projecto, deverão nascer nas faixas, de ambos os lados, das vias asfaltadas e infra-estruturadas, até uma profundidade máxima de 30 metros e com uma frente mínima de 20 metros.
O Artigo 34 do PDM estipula, ainda, que a área bruta de construção máxima é de 120 metros quadrados (m2), mais anexo, desde que os anexos não ocupem mais de 10 por cento da área total do lote e não ultrapassem 50m2, não devendo os edifícios ultrapassar os 4,5 metros de altura. O respeito pela linguagem arquitectónica tradicional em alvenaria de pedra e panos de reboco pintado na cor branca, a manutenção das explorações agrícolas existentes e dos muros de vedação em pedra arrumada, à semelhança dos existentes nas áreas agrícolas, estão entre o rol de regras definidas no documento.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

S. Miguel recebe etapa de Escultura até 26 de Junho

Em São Miguel, a próxima e quarta etapa do Festival Festa Redonda, que decorre entre os dias 1 de Maio e 26 de Junho, será subordinada ao tema da Escultura.
Estarão patentes em diversos locais da cidade de Ponta Delgada as seguintes exposições/ obras: O Mandacaru pede passagem, de Clênio Bolson (Brasil); (O)pressão, de Paulo Moura; Sentir o Azul, de Isabel Sousa Carvalho; Torre de Vigia, Mulher de Ferro, Aos Avós e Ela na Praia, de Leonor Carvalho; e Busto de Vitorino Nemésio, de Hélder Carvalho.
O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009. As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.
Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

Documentário sobre São Jorge arranca em Junho

O Festival Festa Redonda acaba de seleccionar o projecto de documentário vencedor para a ilha de São Jorge no âmbito da iniciativa 9 ilhas, 9 documentários.
A proposta da realizadora Catarina Afonso e do produtor Nuno Soares é “viver S. Jorge, é mostrá-lo como ele é, do nascer ao pôr-do-sol”, como explicam na nota de intenções.
O documentário, cujas primeiras filmagens decorrerão já no próximo mês de Junho, pretende mostrar como são as gentes da ilha, como se organizam em sociedade e em que investimentos e projectos (culturais, sociais e económicos) se alicerça o seu futuro.
Nesta, como nas outras ilhas, interessa perceber de que forma se adapta aos dias de hoje, que indústrias florescem e quais as novas oportunidades que são criadas para um crescimento sustentado da ilha e das suas gentes”, defendem.

Catarina Afonso, natural do Porto, é licenciada em Som e Imagem, com especialização em Imagem, TV, pela Universidade Católica Portuguesa (2005). Realizou a curta-metragem “Pé de Feijão”, vencedora do IV Festival de Curtas-metragens de Oeiras. O filme, apresentado em diversos festivais nacionais e internacionais, fez ainda parte do programa de itinerância do ICAM.
Realizou a curta-metragem “As Aventuras de D. Queixotes e Sancho Só Pança” e o documentário “As Ilhas” (sobre as ilhas – nome dado aos conjuntos de habitações sociais, originalmente de operários, exíguas e organizadas em fileiras, que existiam em grande número na segunda metade do século XIX - do Porto). Fez a realização fotográfica e de vídeo de um documentário sobre os bordados da ilha da Madeira: “Craft”.
Como assistente de realização, trabalhou em programas como Ponto Verde e Jornal Verde (exibidos na RTP2) e Mobiliário em TV (RTPN).
Foi produtora da curta-metragem “Bilhete de Ida” e assistente de produção na Gala Pirilampo Mágico e na 1ª Gala World Press Cartoon. Tem desenvolvido, complementarmente, funções como argumentista e nas áreas da sonorização (foley) e do grafismo.

Também do Porto, Nuno Soares licenciou-se, em 2005, em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, com especialização em Imagem, TV.
No seu percurso profissional na área audiovisual, tem trabalhado tanto para televisão como para cinema. Destacam-se alguns trabalhos, entre eles, como produtor precisamente da curta-metragem “Pé de Feijão” e do documentário “Craft”.
Também na televisão, os caminhos dos dois profissionais se cruzaram: Nuno foi responsável, como produtor, pelos programas Ponto Verde, Jornal Verde (RTP2) e Luz Verde (Axn).
Realizou a curta-metragem “Bilhete de Ida” e o Making Of da curta-metragem “29-41”.
É professor na Escola Superior Artística do Porto, onde lecciona a cadeira de Produção.
Participou, ainda, em vários projectos como foley e sound design, desenvolvendo e concebendo as trilhas sonoras, como é o caso do programa Mobiliário em Televisão, exibido na RTPN.

A iniciativa 9 Ilhas, 9 Documentários pretende documentar cada uma das 9 Ilhas dos Açores sob um olhar muito especial. O arquipélago foi já objecto de inúmeros e variados documentários, realizados e produzidos por agentes nacionais e estrangeiros. Pretende-se agora uma abordagem nova e fresca, não sobre as paisagens e o mar açorianos, sobejamente conhecidos, mas sobre realidades culturais e sociais específicas de cada uma das ilhas.

Linha Diagonal: Festival Festa Redonda e Capital Europeia da Cultura Talin 2011 (Estónia)

O Projecto Festa Redonda vai programar, até ao final deste ano, uma iniciativa proposta pelo jornalista e escritor João Lopes Marques, a que o próprio chamou provisoriamente de Linha Diagonal.
O objectivo é estabelecer nos próximos anos uma linha directa entre os Açores e Talin, na Estónia, cidade onde vive actualmente Lopes Marques e que receberá em 2011, a par de Turku (Finlândia), a Capital Europeia da Cultura - precisamente uma diagonal, atendendo à posição do arquipélago português e da Estónia no mapa da Europa.
Uma das acções em que esta ligação se materializará será o intercâmbio entre artistas seleccionados pelo Festival Festa Redonda e artistas estónios.
João Lopes Marques é jornalista há 12 anos, vive actualmente entre Lisboa e Talin, capital da Estónia. Colabora com várias publicações, entre as quais a revista de viagens Volta ao Mundo, e é o guionista do programa televisivo "Cuidado com a língua".
Assume-se sobretudo como repórter de viagens. Em 2007, publicou o seu primeiro romance, “O Homem que Queria Ser Lindbergh” (Oficina do Livro).
A par com o realizador Pedro Araújo, pretende criar uma produtora de conteúdos multimédia na ilha de Santa Maria, um projecto candidato ao apoio do Governo Regional dos Açores, através do SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores.
A ideia da Diagonal entre os Açores e a Estónia também partiu do facto de estar localizado no arquipélago português o ponto mais ocidental da Europa – Fajã da Aldeia Grande, concelho de Monchique, ilha das Flores - e daquele país ser o mais setentrional e mais ocidental da Europa do Norte.
Com uma superfície de 45 227 km2, a Estónia localiza-se na costa oriental do Mar Báltico, compondo com a Letónia e a Lituânia a região do Báltico. É o país mais fronteiriço do velho continente, onde se cruzam as fronteiras da Europa do Norte e Central e as da Europa do Leste e Central. Fronteiras geográficas, culturais, linguísticas e históricas.
A Estónia tem 1 milhão e meio de habitantes e, à semelhança dos Açores, é uma terra verde, coberta em cerca de metade do seu território por florestas (20 000 km2). Compreende mais de 1 500 ilhas, sendo as maiores as de Saaremaa, Hiiumaa, Muhu e Vormsi. Aderiu à União Europeia em 2004.

Produtora de conteúdos audiovisuais vai nascer em Santa Maria

Projecto empreendedor de Filipe Araújo tem o apoio do Festa Redonda

Filipe Araújo, realizador e jornalista, e o escritor João Lopes Marques vão criar uma produtora de conteúdos audiovisuais com sede em Santa Maria. Este projecto empreendedor de Filipe Araújo, que esteve recentemente na ilha no âmbito do Festival Festa Redonda, em que participa, é candidato ao apoio do Governo Regional dos Açores, através do SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores.
O SIDER tem como objectivo promover o desenvolvimento sustentável da economia regional, através de um conjunto de medidas que visam o reforço da produtividade e competitividade das empresas.
O projecto Festa Redonda abraça, com o apoio a esta produtora, uma vertente nova, de incentivo ao empreendedorismo nas ilhas mais pequenas dos Açores, à criação de empresas e, consequentemente, de novos postos de trabalho.
Filipe Araújo é já uma figura conhecida de alguns açorianos por causa da sua participação no Festival Festa Redonda: está presente na selecção de Cinema com os filmes “C-Mail, Quando o Correio Chega Por Mar” e “Selvagens, A Última Fronteira” e na iniciativa 9 Ilhas, 9 Documentários com um projecto de documentário precisamente sobre Santa Maria. Com realização de Filipe Araújo e fotografia de Carlos Isaac, “Horizonte” encontra-se em fase de produção. Araújo esteve, de resto, recentemente em Vila do Porto, por ocasião da inauguração da etapa de Cinema do festival na ilha.
Actualmente estabelecido em Madrid, Filipe Araújo nasceu em 1977. Da sua filmografia, constam quatro curtas documentais: A Aldeia do Viagra (Portugal, 2005 - Finalista da edição de 2005 da Mostra de Vídeo de Lisboa, da Videoteca Municipal de Lisboa), C-Mail, Quando o Correio Chega Por Mar (Portugal, 2005 - Filme mais visto da edição de 2005 do Videomission, International Video Reporting Award, na Alemanha, e Primeira Menção Honrosa do IV Festival de Curtas de Oeiras, em Portugal, com exibições paralelas em mostras e festivais de cinema e vídeo em Lisboa, Porto, Barcelona, San Sebastian, Strumica, Tirana, e Açores - Festival Festa Redonda), Selvagens, A Última Fronteira (Portugal, 2006 - Selecção Oficial do Documenta Madrid ’07, Oxdox - Oxford International Documentary Film Festival, único filme português em competição na 23ª edição do Festroia, com estreia nacional na SIC Notícias, integrado na selecção do Festival Festa Redonda) e Hay Rap En El Barrio (Espanha, Portugal, 2007).
No final de 2006, criou a marca Blablabla Media (www.blablablamedia.com) com o jornalista, escritor e argumentista João Lopes Marques. É através desta chancela independente que produz os seus documentários e conteúdos multimédia.
João Lopes Marques é jornalista há 12 anos, vive actualmente entre Lisboa e Tallinn, capital da Estónia. Colabora com várias publicações, entre as quais a revista de viagens Volta ao Mundo, e é o guionista do programa televisivo "Cuidado com a língua".
Assume-se sobretudo como repórter de viagens. Em 2007, publicou o seu primeiro romance, “O Homem que Queria Ser Lindbergh” (Oficina do Livro).

terça-feira, 27 de maio de 2008

Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede


O Festival Festa Redonda celebrou recentemente um acordo de cooperação cultural com a Junta de Freguesia de Ribeira Chã, no concelho de Lagoa, em S. Miguel, com o objectivo de intervir na decoração da nova sede da autarquia com obras inéditas de diversos artistas plásticos ligados ao festival.
O edifício a inaugurar dia 1 de Junho, numa cerimónia que contará com a presença do Governo Regional dos Açores, albergará 27 obras de artistas seleccionados pelo Festival: Catarina Machado, Isabel Monteiro, Patrícia Timóteo (Pintura), Carla Mendes (Fotografia) e Isabel Sousa Carvalho (Escultura).
As obras de ampliação que agora terminam trarão uma importante melhoria ao funcionamento da autarquia local e à forma desta interagir com a população. A freguesia de Ribeira Chã, de acordo com os últimos Censos de 2001, tem apenas 366 habitantes. Para um evento, como o Festa Redonda, que tem por objectivo facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar novos valores em nove áreas de criação artística distintas, esta era uma oportunidade de ouro.
O conjunto impressionante de obras de arte agora adquirido pela Junta de Freguesia de Ribeira Chã poderá contribuir para colocar a comunidade no roteiro de outros micaelenses.
A obra de ampliação custou quase 155 mil euros e foi financiada pela Câmara Municipal de Lagoa, com o apoio do Governo Regional dos Açores, através de um contrato ARAAL, no valor de 71 719 euros.
Foi construído um novo edifício – onde ficarão uma cave, instalações sanitárias públicas e seis salas destinadas ao atendimento, formação e reuniões - para colmatar a falta de espaço que existia no anterior.
No novo espaço (na cave), vão funcionar a sede da Associação de Jovens da Ribeira Chã e um Posto de Informação Juvenil, cuja abertura está prevista para Julho.
A cerimónia da inauguração da nova sede da Junta de Freguesia da Ribeira Chã será presidida pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, e contará com a presença do Presidente da Assembleia Municipal, João Manuel Moniz, do Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, João Ponte, e da Presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Chã, Albertina Oliveira.
O Festival Festa Redonda cumpre assim o objectivo e o desejo de ser parte activa na dinamização de comunidades açorianas pequenas e/ ou isoladas.


Novo edifício receberá exposição da etapa de Escultura em S. Miguel
Também no dia 1 de Junho, será inaugurada uma exposição no âmbito da etapa de Escultura do Festival Festa Redonda em S. Miguel: estarão patentes no jardim da Junta de Freguesia diversas obras de exterior até ao final desse mês.



Águas Furtadas & Outras Ausências


Águas Furtadas & Outras Ausências é o segundo filme da Trilogia das Ausências, iniciada em 2005 com a longa-metragem Ausências de Espírito.
Dividido em três novos segmentos, o filme continua a explorar as mesmas temáticas da saudade e ânsia de preencher um vazio espiritual; desta vez, apresentando diversas personagens que, directa ou indirectamente, estão ligadas à mítica figura do poeta exilado Tomás.
Com um elenco internacional liderado por Martina Goodman, Luís Correia Carmelo, Ivania Elena, Martin Nowacki, Alexandre Guedes de Sousa e Sara Aleixo, Águas Furtadas estende igualmente a sua abordagem multicultural à banda sonora, na qual se pode encontrar Matt Howden, J.S. Bach, Tierna Mangano, Neil McSweeney, Cânticos Tradicionais do Quénia, Paul da Silva e Adriana Miki.
A trilogia, escrita e realizada por João Paulo Simões, conclui em 2009 com Ausências Que Ficam.


Ver biografia de João Paulo Simões

João Paulo Simões


Nascido a 4 de Janeiro de 1976, João Paulo Simões viria a explorar diversas formas de expressão artística, antes de as consolidar numa única arte – a do Cinema.
A sua filmografia é eclética e distinta tanto na abordagem formal como no conteúdo; tendo sido também pontuada ao longo dos anos por trabalhos nas áreas dos documentários e videoclips.
Para além da Captüra Filmes, a sua produtora independente criada em 2003, João Paulo Simões gere desde 2007, como complemento profissional, a Frontier Media, com a qual produz e dirige projectos nas já referidas áreas periféricas. Dos seus trabalhos cinematográficos destacam-se Torpor, Ausências de Espírito, Antlers of Reason, Águas Furtadas & Outras Ausências e Torpor Rvisitado (actualmente em produção).

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Marc Weymuller


Marc Weymuller nasceu na França, em Marselha, em 1965. Desde 1989 que escreve e realiza obras de ficção ou documentários de autor, em alternância com filmes por encomenda. Em 1988 descobre Portugal, onde roda vários filmes. Em 2007, conhece o produtor Francisco Villa Lobos e, a seu pedido, acompanha durante dois meses o realizador Vicente Jorge Silva na rodagem do filme « As Ilhas Desconhecidas ». Descobre, assim, as nove ilhas do arquipélago dos Açores.

Um dia tranquilo, entre céu e mar


Um projecto de documentário sobre a ilha do Pico a realizar por Marc Weymuller

Nota de intenções

Imaginai a voz desse escritor Dias de Melo, lendo alguns excertos dos seus livros, interrogando-se sobre o quotidiano, uma voz espectral, que fala nesse intervalo entre dois mundos: aqui, agora, algures, noutro tempo.

Aprendi uma coisa: apenas mostramos bem o que está em vias de desaparecer. Na Calheta de Nesquim, é toda uma maneira de estar no mundo que se vai extinguir. Por isso mesmo, ela aparece mais claramente aos nossos olhos. Aqueles que lá estão, sem fazer nada, o que esperam? Até quando estarão lá? E esse escritor, cujo nome figura já, « imortalizado », numa placa de rua, porque continua a escrever, para escapar a que fatalidade, a que medo? Surgiu a ideia de um filme. Pôr a câmara diante de uma janela no canto de uma casa ou de um café, no adro de uma igreja, no segredo de uma ruela. Esperar para ver o que se passa e como se passa. Ficar ali, onde parece que nada mais irá acontecer. E escutar a voz daquele que narra, que se interroga. Ao contar um dia de Dias de Melo na sua aldeia natal, ao ouvi-lo narrar o seu quotidiano habitual, contamos também a história colectiva de muitas outras pessoas idosas dos Açores, a do luto precoce, da solidão, da melancolia. A dos lugares abandonados pela grande história, das portadas fechadas, das casas abandonadas. « Quem vê um povo, vê o mundo todo ». Contamos também a história mais vasta de todos aqueles que assistem impotentes ao fim de uma era, que vêem o tempo fugir e tentam em vão impedi-lo. Ao filmar não faço mais do que reter o mundo que se escapa, prolongando um olhar, uma escuta, uma memória.

Ver biografia de Marc Weymuller

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Exposição e Workshop de Ilustração


Exposição de Ilustrações para a infância

Tenho um armário cheio de ideias. Números que saltam. Todas as fórmulas que aprendi. Onde estão? Ainda devem viver em algum lado.
Aparecem por vezes numa gaveta ou jarra com plantas velhas. O vento por vezes também traz operações de geometria.
Dividir uma linha recta. As estatísticas e as máquinas - ocupam as prateleiras e partilham o espaço com as bicicletas e os meus livros de história.
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10
Com 2 anos as crianças são já capazes de contar.
Elas têm uma capacidade invulgar de estabelecer relações e criar mundos quase abstractos.
A ilustração é uma linguagem que acrescenta níveis de leitura a um texto. Mas pode ela própria ser o veículo do conteúdo.
Nesta exposição mostro diferentes formas de abordar o universo da ilustração, e em que a colagem é um elemento unificador das várias abordagens.
Ilustrações em exposição - cerca de 30 de diferentes projectos: Colecção Histórias do Senhor Valéry, Colecção Rimas de Inventar, White Square Figures, Prémio Jovens Criadores e Ilustrações de jornais e revistas.

Workshop de Ilustração para Crianças

No dia da inauguração da exposição estou disponível para fazer uma aula de ilustração com um grupo de cerca de 20 crianças com idades a partir dos 4 anos.
O objectivo é que elas elaborem uma ilustração tendo como ponto de partida um pequeno texto. A técnica a explorar é a colagem como forma gráfica, explorando o potencial estético dos materiais.
Os materiais a utilizar são de desperdício (recortados de jornais e revistas, letras, papel colorido, tecidos) e elementos vegetais, fornecidos por mim. Cada criança deve trazer uma tesoura de bicos redondos, cola e papel branco.

Por Raquel Caiano

A ilustração foi publicada no número 2 da revista GINGKO, ilustrando um artigo sobre a obesidade infantil e como os pais podem lidar com o problema

Ver biografia

Rachel Caiano


Nasceu em 1977.
O Livro "Os Dois Lados" foi seleccionado para a Exposição "The White Ravens 2008" - Uma selecção internacional dos melhores livros de 2007 - organizada pela International Youth Library, patente na Feira do livro infantil de Bolonha.
Venceu o Prémio de Jovens Criadores 2007 na área da ilustração.
Desenvolveu, em 2005, um projecto artístico - com o objectivo de explorar a relação das crianças com objectos, ideias e conceitos - para o Teatro Aveirense, baseado no livro “O Senhor Valéry” de Gonçalo M. Tavares.
Realizou vários workshops de ilustração a crianças do 5º ano e leituras encenadas.
Exposições individuais: “O rádio que engolia sons”, na galeria Respública, 2004; “Viagens a países imaginários” e “Riscos e construções” na livraria “o Navio de espelhos”, entre outras. Várias Exposições colectivas.
Ilustrou os livros: Colecção o ”O Bairro” de Gonçalo M. Tavares, publicada pela Caminho, de onde se destaca “O senhor Valéry” (prémio Branquinho da Fonseca de Literatura para a Infância da Gulbenkian/ Expresso); “Real…mente”, de Teresa Guedes, parte do plano nacional de leitura, 2005, Caminho; “Histórias tais animais e outras mais” e “Histórias de Patente com Tenente e Outra Gente”, de Pedro Teixeira Neves, 2007 Caminho.
Tem ilustrações em várias publicações, como as revistas Magazine Artes, Pais e Filhos, Aprender a olhar, Colóquio Letras, Notícias Magazine, Egoísta, Atlantis, Pessoal, Domingo e no jornal A Capital.
Trabalha na criação de espaços e objectos de autor.
Curso de Realização Plástica do Espectáculo da Escola Sup. de Teatro e Cinema.
Bolseira do Centro Nacional de Cultura, com o projecto Personagens para uma realidade inútil, na área de Artes do Espectáculo. Bolseira do M.C em 2002, na área de Dramaturgia.
Frequentou Arquitectura na Lusíada e Artes Gráficas no Ar.Co.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Porto Formoso


Um projecto de documentário sobre a ilha de S. Miguel por Amaya Sumpsi

Nota de Intenções

A motivação inicial que deu lugar ao nascimento deste projecto foi a vontade de transmitir, através da linguagem audiovisual, um mundo que considero repleto de vida e expressividade e que, no entanto, apesar de profundamente açoriano, é frequentemente esquecido e abandonado em favor de produtos mais “atractivos”. Quero mostrar o que resta duma forma de vida intrínseca à cultura açoriana e portuguesa, que tem vindo a ser suplantada por uma indústria piscatória despersonalizada e arrasadora.
Proponho este documentário como uma homenagem aos últimos pescadores de “boca aberta”, de forma a contribuir para a preservação desta cultura tradicional: tenciono fazer ouvir a voz dos mestres antes que esta se apague, motivando-os a partilhar a suas perspectivas e experiências de vida, tão diferentes das da nossa geração. Assim, este documentário é também uma aprendizagem através de um processo de partilha que leva a descobrir, a cada instante de convivência com as pessoas desta comunidade, um mundo complexo de relações humanas.
Desta maneira, tenciono aproximar as vivências destes homens e do mundo das pescas ao nosso presente actual, dominado pela tecnologia e o consumismo, e curiosamente alheio ao passado. Considero assim que este projecto reúne todas as condições para não só mostrar o quotidiano desta comunidade de pescadores, como também para contar uma história que prenda o espectador pela sua humanidade. Pretende-se aproximar a comunidade piscatória dos Açores das outras comunidades através da empatia que uma história pessoal e real cria entre o protagonista-espectador.
A mim, como realizadora, cabe-me estruturar os acontecimentos explorando o seu passado, presente e futuro para os transmitir ao espectador. Porém, não quero limitar o meu papel apenas ao de mero observador, como elemento passivo perante a acção. Tenciono intervir mas não influenciar: promover a discussão, questionar o estabelecido por anos de tradições e por convenções sociais, avivar a consciência adormecida motivando o debate. No entanto, não pretendo com esta atitude favorecer uma determinada posição. Não tomo partido, mas encorajo para que se tomem posições, sejam elas quais forem desde que devidamente argumentadas.

Amaya Sumpsi

Amaya Sumpsi


Natural de Madrid, licenciou-se em Realização de Cinema e Televisão, na Escola Superior de Artes e Espectáculos de Madrid, em 2003. A esta licenciatura acrescenta uma segunda em Literatura e Escrita na Universidade Complutense de Madrid.
Em Espanha, realiza duas curta-metragens de ficção: "Ronny" (16mm), com guião adaptado dos Irmãos Cohen e "Carla" (35 mm) com argumento original. Colabora com o Ministério de Agricultura na escrita, realização e montagem da peça audiovisual “Jó, qué cena!”. Participa em diversos projectos audiovisuais em áreas como produção, realização e argumento.
Chega a São Miguel, Açores, em 2003. Durante a sua estadia trabalha para a Kairós- Criações Periféricas como responsável pelo laboratório de fotografia e na organização de eventos como a Maratona de Fotografia de São Miguel e o Torneio de Fotografia Subaquática do lhéu de Vilafranca. Muda-se para Lisboa em 2005 e, além de colaborar na produção de doumentários como “Waiting for Europe” (Chrisitine Reeh) e “O Homem Criança” (Tiago Pereira), junta-se a Rita Figueiredo e Sandra Gomes para montar o projecto “Docfilmes” (www.docfilmes.com), através do qual faz vídeos para empresas como BlockBuster; Throttlemann; making of´s para as últimas longas-metragens de Atalanta Filmes e vídeos institucionais para Artemrede. Igualmente, dedica-se à legendagem de filmes para os mais diversos festivais: DocLisboa, Indie Lisboa, European Film Festival, entre outros.

Nathalie Mansoux


Nathalie Mansoux, de 33 anos, é licenciada em Antropologia pela Universidade Paris X (1999), onde já tinha concluído um Bacharelato em História (1995). Durante a licenciatura, frequentou o curso de Antropologia Social no ISCTE, em Lisboa, à boleia do programa Erasmus, e realizou o trabalho final do curso sobre a revalorização da Baixa Pombalina. Tem formação em Cinema Etnográfico.
O seu trabalho na área do cinema começou em 2002, quando coordenou o Festival de curtas-metragens Os Invisíveis (Centro Cultural e Recreativo Chapitô). Em 2002 e 2003, foi responsável pelas Videotecas do Festival DocLisboa e do Cinéma du Réel (Paris).
Desde 2003 até à actualidade que faz tradução e legendagem de filmes para a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. Entre 2005 e 2007, também fez a legendagem de filmes para os festivais DocLisboa e IndieLisboa.
Entre 2002 e 2007, fez a pesquisa e foi assistente de realização para o documentário Ruas da Amargura, de Rui Simões, sobre os sem-abrigo e as instituições de apoio à população marginalizada em Lisboa. No mesmo período, foi operadora de câmara e montagem de vídeos promocionais.
Entre 2005 e 2008, realizou “Via de Acesso”, o documentário de 90 minutos que lhe valeu, agora em Maio, o Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa no Festival Indie Lisboa 2008: os últimos habitantes da Azinhaga dos Besouros, na periferia de Lisboa, não têm direito ao realojamento; vivem a demolição do seu bairro, onde no futuro irá ser construída uma via rápida.
Em 2007, realizou “Femmes en Construcción”, um documentário sobre a construção de um centro comunitário para mulheres em Joal-Fadiouth, Senegal (co-produzido por Arquitectos sin Fronteras, Espanha).
No currículo, conta ainda com “Mémoires” (documentário, 2005) e “De Paso por Juchitán”. O último, um documentário de 2001 sobre uma comunidade reivindicativa do Sudeste mexicano (co-produção Callysta productions e CitizenTV) ganhou o Prémio Melhor Documentário no Festival Ovarvídeo 2002 e integrou as selecções do Malaposta 2001 e Vozes Contra El Silencio 2002.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Documentário sobre São Jorge


Um projecto de documentário de Catarina Afonso e Nuno Soares

Nota de intenções

A intenção deste documentário é viver S. Jorge, é mostrá-lo como ele é, do nascer ao pôr-do-sol.
Como são as suas gentes, como se organiza a sua estrutura social, quais são os investimentos e projectos para o futuro, tanto em termos culturais, como sociais e económicos. Nesta, como nas outras ilhas, interessa perceber de que forma se adapta aos dias de hoje, que indústrias florescem e quais as novas oportunidades que são criadas para um crescimento sustentado da ilha e das suas gentes.

Mais do que criar um postal de visita audiovisual, interessa, sim, contar uma história, uma história próxima do que é a realidade da sua história, do seu passado, do seu presente e os objectivos para o seu futuro.
Como se procede a um crescimento sustentado, orientado para um futuro mais promissor e com mais oportunidades para as populações dos concelhos e das povoações. Quais as expectativas dos jovens quanto às oportunidades que a ilha lhes propõe e oferece? E os idosos?
A intenção é conhecer, nas suas múltiplas vertentes e com diferentes contributos, qual é a realidade da ilha e qual é o seu potencial social, cultural e económico. Dar a conhecer uma das nove realidades numa panóplia de riqueza e experiências diferentes, com sotaques e vivências diversas, no fundo, explorar também uma outra realidade, que tanto pode ser semelhante ou não à nossa, que agora nos propomos à realização deste documentário, contagiados pela curiosidade em a conhecer.

Ver biografias de Catarina Afonso e Nuno Soares

Nuno Soares


Natural do Porto, Nuno Soares licenciou-se, em 2005, em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, com especialização em Imagem, T.V.
No seu percurso profissional na área audiovisual, tem trabalhado tanto para televisão como para cinema. Destacam-se alguns trabalhos, entre eles, como produtor da curta-metragem premiada no IV Festival de Curtas Metragens de Oeiras, “Pé de Feijão”, apresentado em festivais nacionais e internacionais, do documentário Craft, sobre as bordadeiras da Madeira, inserido no projecto Equal.
Também como produtor, foi responsável pelas produções do Programa Ponto Verde e Jornal Verde, exibidos no Canal 2 (RTP); Luz Verde, exibido no Axn. Como realizador da curta-metragem “Bilhete de Ida”, e do Making of da curta-metragem “29-41”.
Paralelamente, desempenha ainda a função de docente na Escola Superior Artística do Porto, onde lecciona a cadeira de Produção.
Participou, ainda, em vários projectos como foley e sound design, desenvolvendo e concebendo as trilhas sonoras, como é o caso do programa Mobiliário em Televisão, exibido na RTPN. Ainda na vertente do som, selecção de uma composição electroacústica “Morte do dó” para concurso no festival Black and White. Pontualmente, desempenha outras funções como editor, de curtas metragens, videoclips, programas de Tv e videoarte.

Catarina Afonso


Licenciada em 2005 pela Universidade Católica Portuguesa, em Som e Imagem, especialização Imagem T.V., Catarina Afonso, natural do Porto, conta já com alguns trabalhos que lhe permitiram diversificar, não só, as funções exercidas, mas também no estilo de registo.
Na filmografia, destacam-se alguns projectos, entre eles, a realização da curta-metragem “Pé de Feijão”, vencedor do IV Festival de Curtas Metragens de Oeiras e apresentado em diversos festivais nacionais e internacionais, fez ainda parte do programa de itinerância do ICAM; curta metragem “As Aventuras de D.Queixotes e Sancho Só Pança”; documentário “As Ilhas” sobre as ilhas (habitações sociais) do Porto; realização fotográfica e de vídeo na ilha da Madeira, intitulado Craft, documentário subordinado aos bordados da Madeira, inserido no programa Equal, no âmbito do projecto Trabalho Domiciliário: medidas e estratégias de intervenção. Este trabalho foi posteriormente exposto no Museu de Serralves, Porto.
Como assistente de realização, função que exerceu em programas como Ponto Verde e Jornal Verde, exibidos na RTP2; Mobiliário em TV, RTPN.
Na área de produção, como produtora da curta-metragem “Bilhete de Ida”, assistente de produção, na Gala Pirilampo Mágico; 1ª Gala World Press Cartoon. Tem desenvolvido, complementarmente, funções como argumentista, sonorização (foley) e grafismo. Na concepção e co-elaboração das trilhas sonoras do programa Mobiliário em Noticia; edição de vídeo clips e programas de diferentes vertentes, informativas e formativas, concepção de linhas gráficas, genéricos e separadores, de programas televisivos e vídeos institucionais.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

As flores dos chafarizes

Um projecto de documentário de Nathalie Mansoux, a realizadora que acaba de ser premiada no Festival Indie Lisboa 2008 o Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa com o documentário Via de Acesso (Portugal, 2008).

Nota de intenções

Na ilha das Flores, há muitas pessoas idosas oriundas dos Açores e do Continente. São milhares de histórias, às vezes esquecidas, inventadas ou re-inventadas que vivem dentro deles. Alguns lembram-se dos numerosos naufrágios do século XIX ou da época áurea da baleação que se viveu durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Outros preferem falar da guerra da manteiga do princípio do século XX, da apanha das algas marinhas dos anos 60 e 70 ou da base rádio naval francesa, inaugurada em Outubro de 1966.
Hoje, a antiga fábrica da Baleia do Boqueirão faz parte do Museu das Flores, a base francesa foi requalificada: abriga a polícia, os bombeiros, uma ludoteca e acolhe os turistas. Esses espaços são marcas importantes da história da ilha e da memória colectiva da ilha. Mas há muitos outros lugares, mais discretos, que marcam a paisagem da ilha e as memórias dos florentinos. Alguns desses lugares tiveram, ou ainda têm, uma função primordial porque funcional no quotidiano dos habitantes da ilha. É o caso dos fornos de cerâmica, fontanários, estaleiros, chafarizes, palheiros, moinhos.
Parece-me importante valorizar também esses lugares porque são chaves de entendimento do funcionamento da ilha. Referem-se às actividades quotidianas e à actividade agrícola, ao que faz ou fez viver a população da ilha durante séculos. Para dar vida a esses lugares quero trabalhar com pessoas idosas porque acredito que têm muito para contar: parece-me importante dar-lhes a palavra. Contudo, não quero realizar um filme passadista, onde se lamenta do que era e já não é, ou fazer um retrato somente contemplativo. Antes pelo contrário, pretendo animar esses lugares através de uma história particular, a de um homem e de uma mulher que lá viveram um momento forte, realizar retratos vivos e explorá-los audiovisualmente.
O documentário As flores dos chafarizes pretende criar uma ligação audiovisual entre histórias vividas de pessoas idosas e espaços funcionais, abandonados ou renovados do presente. Pretende ser um trabalho com a comunidade para "redescobrir" lugares emblemáticos do quotidiano dos habitantes da ilha.

Ver biografia de Nathalie Mansoux

segunda-feira, 24 de março de 2008

Marco Mendes e Miguel Carneiro

Estes dois autores formados na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, o primeiro em Artes-Plásticas/Pintura e o segundo em Design de Comunicação, encontraram-se no seu percurso a propósito de interesses comuns: banda desenhada, ilustração, fanzines, etc. Desde logo constataram a proeminência do desenho nos seus percursos e trataram de reunir em publicações muito dos trabalhos que ficam esquecidos nas pastas e gavetas dos ateliers. Sem esquecer os restantes companheiros iniciaram um projecto de fanzines representativo de uma geração de artistas emergentes. Depois da produção dos primeiros títulos: Paint Sucks, Lamb-hãert, Hum!... Estou a ver, Estou Careca e a Minha Cadela Vai Morrer, lançaram-se na aventura da banca de publicações e edições independentes A Mula que tem vindo a percorrer o país integrada em eventos culturais, festivais e feiras dedicadas ao tema. O último fanzine da dupla com o título Cospe-Aqui teve uma tiragem de 1000 exemplares, e foi lançado e distribuído por várias pontos de norte a sul do país, alcançando um feedback que surpreendeu todas as expectativas. Basta confirmar pelo número de entradas “Cospe Aqui” que se encontra quando se faz uma pesquisa no Google com esse nome. Neste momento Miguel Carneiro e Marco Mendes encontram-se a preparar Qu’Inferno! o próximo fanzine. Desde o início deste ano lectivo Miguel Carneiro e Marco Mendes leccionam no primeiro curso de licenciatura em Banda Desenhada e Ilustração em Portugal que decorre na Escola Superior Artística do Porto – extensão de Guimarães. A dinâmica na escola pode ser consultada neste blog dedicado ao curso, http://whham-bamm.blogspot.com/

Tenho Orgulho Em Ser Uma Vaca


Pintura mural realizada no parque infantil de Santa Cruz da Graciosa, em Fevereiro de 2008

Esta pintura mural partiu do desejo de representar alguns elementos alusivos à nossa passagem pela ilha, recheada de histórias caricatas e momentos contemplativos, propiciados quer pelas extraordinárias paisagens, quer pela gente afável e carinhosa que nos recebeu. Foi uma obra colectiva produzida em jeito de agradecimento, e durante a sua execução divertimo-nos imenso, como se percebe pelo resultado final. A interacção com os residentes locais (sobretudo crianças) que por lá passavam enquanto estávamos a pintar, foi um dos melhores indicadores de que não havíamos errado na nossa proposta de decorar o parque infantil com uma pintura tão provocatória quanto divertida.
Esperamos poder regressar aos Açores e repetir a experiência num outro contexto. O convívio intenso com todas as pessoas envolvidas no Festival Festa Redonda, a simpatia e generosidade de todos com que nos cruzamos funcionou verdadeiramente como uma espécie de reforço positivo e ficará para sempre na nossa memória.


Um Abraço a todos!!

Marco Mendes
Miguel Carneiro
Miguel Januário

(ver biografias)

terça-feira, 11 de março de 2008

Teresa Perdigão


Nasceu em Portugal há 52 anos. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e Mestra em Antropologia. Fez o Curso de Antropologia e Imagem no Museu Nacional de Etnologia, em 1996, coordenado por Catarina Alves Costa.
Realizou “Nas Termas da Rainha” (1996), co-realizou “Florípes – O Auto de Florípes na Ilha do Príncipe” (1998) e “Pico - A Ilha da Montanha” (2004).
Venceu o Prémio de Melhor Montagem nos IX Encontros Internacionais de Cinema Documental com “Florípes – O Auto de Florípes na Ilha do Príncipe”.

Júlio Barata


Nasceu em 1958 na Beira Baixa. É licenciado em em Cinema Vídeo e Comunicação Multimédia, com uma especialização de Produção e Realização. É mestrando de Estudos Cinematográficos. Tem formação em Guionismo, Dramaturgia da Imagem e na Criação e Realização de Filmes Publicitários.
Como freelancer tem realizado documentários nas áreas da etnografia, música e festas tradicionais, filmes publicitários e comerciais. É autor e realizador de curtas-metragens de ficção, em Alta Definição, vídeo e em filme de 35 mm.
Pertence aos quadros da RTP desde 1986. É produtor e professor da Licenciatura de Cinema e Vídeo da Universidade Lusófona.
Escreveu o argumento e realizou “A Metáfora”, “A Verdade Perigosa” e “Auto Retrato” (os três de 2004). É seu o argumento de “O Sonho” (2003).
No campo do documentário, realizou: “Feed-Back Positivo”, “Resolução de Conflitos”, “As crianças em Idade Pré-Escolar”, ”Representação Activa”, “Animação e Lazer”, “Motivação”, “A Aeróbica”, “A Musculação”, “Educação Física”, “A Massagem”, “Hidroginástica e Actividades Aquáticas”, “Descubra Portugal”, “O Pintor Júlio Resende” e “A Ilha da Montanha” (este último, que faz parte da selecção do Festa Redonda, em 2004).

A Ilha da Montanha


A montanha apadrinhou-a e os habitantes chamaram-lhe Ilha do Pico.
Ilha açoriana de pedras negras, de pão escasso e de vinho verdelho, com o mar a acenar novos caminhos e outros futuros.
Alguns responderam ao chamamento e partiram, mas outros ficaram. Foram pastores, pescadores e baleeiros. Sulcaram a terra, do mar até à montanha. Criaram gado e outras formas de subsistência, que foram escasseando cada vez mais. Abriram caminhos e encontraram soluções. Fizeram cantigas de seroar e dançaram a chamarrita ao som do violino.
Mas a ilha mudou e muitos dos que partiram, hoje estão de regresso.
A montanha tornou-se apetecível e o mar adoçou o penar de outrora.
É destas mudanças que nos falam três habitantes do Pico: Canarinho, Costa e Daniel. Este emigrou e, anos mais tarde, fixou-se na ilha, onde trabalha e vive porque vale a pena voltar. O Costa saiu para estudar e regressou com o entusiasmo do seu amor pela ilha à qual dedica as suas canções. O Canarinho nunca emigrou. Através da música e do canto levou a recordação da ilha maior por esses países fora, como mercador da saudade.
Os três, na adega de Canarinho, oferecem-nos, em conversas quase privadas, uma viagem pelos recursos da ilha, do quotidiano, da música e das suas paisagens, sempre embalados na bruma da memória.

Um filme de Júlio Barata e Teresa Perdigão

Ver biografias de Júlio Barata e Teresa Perdigão

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Cinco dias na Graciosa


Boas pessoal

Como não tenho grande dote para as escritas (deixo isso para o Valter, desde que ele não mencione mais o meu cagaço no avião) e não consigo amaricar como o Libelinha, decidi fazer a tal listinha com alguns pensamentos meus...

Aqui vai:

-Tenho saudades de todos.
-Tenho saudades dos Açores.
-Este sentimento não se parece com saudades...
-É estranho não é?
-'case study'
-A Graciosa é linda.
-Vocês são lindos.
-Não me consigo esquecer dos sorrisos de todos, de cada um e em conjunto.
-Não me lembrava de me rir tanto tempo assim seguido, tão despreocupado.
-Foi lindo ter o telemovel desligado durante 4 dias.
-Ainda bem que sou da Optimus.
-Não é por isso que gosto mais do Belmiro de Azevedo...
-Envio em anexo a pintura - fiz uma montagem!
-Adorei pintar com o Miguel e o Marco.
-RI RI RI RI RI RI
-Bebi tanto e ainda bem.
-Cheguei e já fui ver o site da Inês.
-Já vi as fotos jeitosas do site do Valter.
-Ontem bebi uma cerveja com o Miguel e demos um abraço.
-Estivemos a ver e a rir com as fotos.
-Tenho umas do Libelinha que nem conto... envio em anexo!!
-Deixamos um comentário no site do Valter.
-Estivemos a 'googlar' os nomes do pessoal.
-Ricas fotos Teresinha.
-Já ouvi FitaCola no myspace em três momentos diferentes, hoje só uma ainda!
-Já tentei escrever 5 mails, até me lembrar da listinha.
-Já vi a reportagem na net.
-Já comi as minhas Queijadas e bebi a Angelica.
-Já dei a provar.
-Já mostrei as fotos a não sei quantas pessoas.
-O pessoal dos Açores é afortunado.
-Eu sou afortunado.
-Não é por isso que gosto mais do Big Brother...
-Adorei a Furna, é belissimo, indescritivel. Como é possível termos sentimentos tão grandes quando somos tão pequenos..?
-Fiquei triste por não ter dado aquele abraço a algumas pessoas, depois de tantas horas no avião...
-Fiquei contente porque sei que o vou dar...
-Já dei o toque ao boss aqui do Maus para trazer os FitaCola e as Três Maninhas ;)
-A Olga tem uma grande Folga!
-Uma mala com grande folga?
-Já adicionei o Libelinha.
- Já respondi à Laura, obrigado pela brevidade.
-Já tive no hi5 do Libelinha e do Rui Neto (boas amigas) :)
-Não consegui falar com o Marco, mas sei que já chegou e fez família no bairro alto em Lx, enquanto fazia horas até às 7h da manhã, hora a que veio de camioneta. Entretanto a associação de pais do bairro alto já tinha reunido 20000 assinaturas...
-Não consigo esperar pela BD!
-O Miguel já estava a trabalhar na sua, o argumento é incrivel - a pior anedota de sempre!! - Estiveste mto bem Filipa.
-Partilho a imagem do Nuno com o Libelinha, aquelas gargalhadas.
-Gostei do que fiz no teu trabalho, Nuno.
-A viagem sem o Marco, com o excesso de peso no fígado do Libelinha.
-Não esqueço os 'pois realmente' do Hélder, 5 estrelas.
-Não vou esquecer a Opressão, é aquilo que é, Paulo.
-Os sorrisos do pessoal da RTPAçores e de todos os jornalistas que nos acompanharam - fazem a melhor equipa!
-A disponibilidade e força da Violante, a vontade da Laura, a simpatia da Laurinda. Obrigado.
-As histórias do Diabo! hehe Luís comporta-te e vai descarregando a metrelhadora, não aconteça de dares um tiro no pé! :D
-A calma da Inês - tens um trabalho belissimo.
-O cagaço do Valter no avião! Não projectes em mim as tuas dificuldades :) O teu prémio vai ser a prenda de anos da minha irmã!
-Os FitaCola - one by one - obrigado pelo vosso concerto - lembraram-me dos meus tempos de infância :P do skate, millencolin, nofx, pennywise... oh yeah!
-Obrigado ao grupo de teatro OF (Olga Folga) - como disse o Miguel: 'estava nervoso a ver, como se estivesse no palco' - foi mesmo isso! Lindas!!
-Obrigado pela vossa energia, beleza e pelo jogo da mala.
-Obrigado Raquel, agradece ao teu pai.
-Obrigado à Festa Redonda!
-Obrigado ao José, irmão do Saraiva - ele é grande!
-Obrigado ao homem com os maiores tomates da Graciosa e ao Valentino pela pureza.
-Obrigado a todos os outros que nos acompanharam e que fizeram parte desta experiência, cuja presença foi única no seu valor.
-Obrigado por me terem feito maior e gostar AINDA mais da vida!
-Apesar disso ainda não consegui trabalhar decentemente...
-Como é possivel vir tão cheio e ao mesmo tempo sentir-me tão vazio...
-Ficaram para sempre...
-Até sempre...
-...


Miguel Januário

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Filipe Araújo filma documentário em Santa Maria


Realizado por Filipe Araújo, com fotografia de Carlos Isaac, Horizonte é um projecto de documentário em pleno curso, com a Ilha de Santa Maria, nos Açores, como pano de fundo. Produzido pela independente Blablabla Media em associação com o Festival Festa Redonda, o filme insere-se num projecto promovido por esta associação cultural - 9 Ilhas, 9 Documentários - e conta com o alto patrocínio do Presidente da República. Integrará um conjunto de nove trabalhos cinematográficos sobre as ilhas do arquipélago, a apresentar em 2009.

Saber mais sobre este filme

Ver biografia do realizador

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

25 de Janeiro

Não consigo parar de filmar, daqui a três horas vou-me embora mas continuo à procura. Agora olho para trás e há imagens que gostaria de não ter feito. Não para poupar cassetes, mas por terem normalizado a realidade. A realidade em qualquer filme deve ser inventada, imaginada e, por fim, revelada. A realidade só existe se eu a filmo. Saio do Corvo com cento e dez horas de imagens no corpo. São imagens físicas porque as tomei sem limites, no perigo de as perder.
O grande desafio agora, saindo do Corvo, é não quebrar o círculo, não perder o ritmo da aventura quotidiana, porque o Tesouro, como no livro do Stevenson, não é o ouro, nem a vida, nem a morte dos outros, mas tudo o que anda à volta disto. A responsabilidade moral é a de prolongar o evento que criámos.
Aqui aprendi que um plano que é filmado hoje já não será igual ao de amanhã. As condições mudam, o que vemos desaparece. Este não é um documentário sobre o Corvo, é um filme sobre a nossa passagem pelo Corvo.

Gonçalo Tocha

24 de Janeiro

Com o Dídio ausente, as cassetes a esgotarem-se e quase tudo filmado na vila, tinha de preparar a despedida da ilha. Normalmente procuro sempre o último plano, aquele que cobrirá todos os outros do sentido final, uma conclusão da minha experiência. Num filme sem princípio nem fim é mais dificil concluir o que não se fecha. Posso sempre voltar, posso sempre continuar. Mas hoje quis ter um diálogo solitário, uma conversa a sós com a ilha. Subo acima dos campos e percorro a pé a encosta do Caldeirão. Sempre pela borda da encosta, pisando as rochas vulcânicas cobertas de verde e de musgão que se enterram até ao joelho. Estou no meio da vertigem, de um lado e doutro as quedas a pique, à esquerda a lagoa, à direita o mar. Aqui estou na amplitude total do oceano. Na adrenalina máxima. O ar rarefeito, frio quando passam as nuvens, quente quando brilha o sol. Nada de vegetação alta, só tufos verdes, amarelos e alguns rochedos. Há espaço para olhar, em volta, é o topo da experiencia atlântica, como a nunca vi, a planar. O dia vai caindo e isso é o perigo. Terei de sair daqui antes de o anoitecer. Não há iluminação e a vila fica a três horas de caminhada. Mas isso é que é forte: a queda da noite e o silêncio do escuro total. Continuo a andar, na borda, neste limite que se enterra nos meus pés. Quero chegar à curva da falésia para poder ver a Ponta do Marco. Primeiro sentimos que estamos lá pelo crescer do vento e o marulhar do mar em baixo, muito ao longe. O meu olhar cai a pique e é tudo bruto e crú. Não há maneira de filmar esta queda única sobre um mar rude de azul sem fim. Quando era criança tinha sonhos destes, que caia de bem alto e só acordava quando batia no fundo. Ao fundo da Ponta do Marco, colado à superficie, pontos brancos esvoaçam. São pássaros que gritam. Nos Açores não há nada disto, esta ausência de humano. Este isolamento fundamental.


Gonçalo Tocha

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

23 de Janeiro

De um lado para o outro, rua acima, rua abaixo com o tripé e a câmara ao ombro, na urgência da partida, entro na parte antiga da vila em cantos onde nunca tinha entrado. Aqui recolho alguns dos últimos planos, muros das casas velhas, canadas e pátios, eiras e currais. Tem alguma lógica ter deixado isto para o fim. Quando aqui chegámos maravilhámo-nos com a luz e a disposição das ruelas, a pedra antiga das casas já cheia de musgo, as janelas, as portas e as telhas da cor da fuligem. Mas sentimos uma certa resistência e pudor a este património. “Não filmem só as casas velhas, também temos casas grandes e modernas”. Como não queria ofender ninguém, lá fui filmar as novas casas, na parte nova da vila, enormes de cimento e varandas, jardim de relva cortada e ampla garagem. Filmei também as ruas abertas desta parte nova da vila, ganhas aos antigos campos de cultivo, e ainda todas as casas que se constroem, para os novos casais que se formam. É uma outra vivência da vila, é outro poder de compra, um maior poder de gasto. Antigamente eram as pessoas que construíam as suas próprias casas, agora existem trabalhadores de outros países. A arquitectura? É igual à casa do imigrante que volta. É igual a todo o lado. É óbvio que é necessário mudança, mas pergunto-me se para isso acontecer será sempre necessário apagar o que existe. Muitas das casas antigas do Corvo estão ao abandono e em ruína. Aqui reside um património muito rico em nada igual a qualquer outra das ilhas dos Açores. As casas têm semelhanças com algumas aldeias de Trás-os-Montes mas são diferentes porque são viradas para o Mar. Não é viver no arcaísmo mas sim dar valor ao que uma comunidade construiu ao longo dos séculos e tornou único. Mudança e modernismo podem passar muitas vezes por recuperar e reabilitar o que já existe.

Gonçalo Tocha

22 de Janeiro

Estão nos guias turísticos mas já quase não se descobrem nem na vila nem nos campos: as Covas de Junça são das mais radicais e extraordinárias invenções dos Corvinos. Junça era um tipo de cereal pobre usado para alimentar o gado. Uma cova sabemos o que é, mas esta era escavada em sítios estratégicos, por um homem que se enterrava até perfazer uma fundura de dois metros. A forma era de uma ânfora. A Cova de Junça não servia só para guardar o alimento do gado junto dos campos, mas também para guardar os cereais e restantes alimentos da população junto da vila. Resguarda-los do vento, da chuva e das possíveis pilhagens. Pilhagens de quem? Piratas, dizem os historiadores… Ignoradas ou desaparecidas, nas Covas de Junça está toda a história do Corvo: o isolamento, a sobrevivência, o engenho, a criatividade e as trocas com quem vem do mar. Poderemos dizer que as Covas de Junça foram, até prova do contrário, a grande invenção do Corvo para o mundo. Pelo menos não sei de nada igual em outra parte.

Gonçalo Tocha

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

São Jorge

Velas
Com a colaboração da Câmara Municipal de Velas

Pintura
De 14 de Fevereiro a 5 de Março, na Galeria Espaço +, do Auditório Municipal de Velas

Marés

Catarina Machado

Jet Monkeys - Macacos em Trânsito
Isabel Monteiro

Corpo Hibrido
Jonas Silva

Consulta
Patrícia Timóteo

Cenários Verdes
Jorge Ramos

Damned Trepitation
Miguel Meira

Fotografia
1 de Maio a 26 de Junho

Ad Naturam
Carla Mendes

12
Daniel Velez

Lost Functions
Nelson D`Aires

Perceptions of an unkown landscape (em breve)
Humberto Almendra

A Nova China
Pedro Guimarães

Empty Quarter
Gonçalo Fonseca

Alter Hábitos - Uma Geração
Daniel Pires

São Miguel
Inês D`Orey

Os Opostos
Raquel Pereira

Paisagens Insulares
Carlos Melo

Igrejas dos Açores
Carlos Melo

Shut
Elsa Aleluia

Flores

Santa Cruz das Flores
Em parceria com a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores

Fotografia
De 27 de Dezembro a 21 de Fevereiro

Ad Naturam

Carla Mendes

12
Daniel Velez

Lost Functions
Nelson D`Aires

Perceptions of an unkown landscape (em breve)
Humberto Almendra

A Nova China
Pedro Guimarães

Empty Quarter
Gonçalo Fonseca

Alter Hábitos - Uma Geração
Daniel Pires

São Miguel
Inês D`Orey

Os Opostos
Raquel Pereira

Paisagens Insulares
Carlos Melo

Igrejas dos Açores
Carlos Melo

Shut
Elsa Aleluia

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

21 de Janeiro

Foi uma sensação de fim quando o Dídio partiu para fora do Corvo no Dornier. Cinquenta por cento da equipa já não está cá. O dia parece de verão, o sol quente e mar brando faz fingir que estou de férias. Ainda ressacado da pesca, penso no que me falta filmar. Já não há trabalho de pesquisa, nisto o som era fundamental. Tenho pequenos detalhes na cabeça, pormenores, elementos de ligação. Penso na sexta-feira quando também eu apanhar o avião. É triste que pare de filmar. Há sempre mais qualquer coisa a acontecer, como hoje, o barco Santa Iria que chegou mais tarde, perto das cinco horas, com um carro, uma moto-quatro, um barco de pesca, porcos em caixas, alimentos, cerveja, telhas, ferros e gasolina. Ficou até de noite e a luz que há lá dentro equipara-se à lua que saiu perto da baia do Porto da Casa. Tudo iluminado. Os pescadores chegam, barco a barco. Esta ilha faz-me arder os olhos só do que vejo.

Gonçalo Tocha

20 de Janeiro

É o último dia do Dídio no Corvo. Desde que aqui chegámos, esperámos durante um mês para ir à pesca e não o conseguimos fazer. É hoje ou nunca. Já durante a noite o mar abrandara, mas esta manhã o vento não pára de mudar de direcção. A chuva vai caindo, mas fraca. Uma decisão a tomar, podemos ir à pesca mas implica faltar a toda a festa final de Santo Antão, o padroeiro dos lavradores e do gado. A caravana de carros até lá a cima ao Caldeirão, o benzer dos campos. O ciclo do gado já tinha sido fechado e continuava a faltar-nos a pesca do Cherne. O barco de madeira e uma roldana com linha de pesca e dezenas de anzóis. Dá-se à manivela e a linha desce a mais de 150 braças. O Cherne, peixe de águas profundas, é um desafio para qualquer pescador, vale dinheiro e emoção. O mar aguenta-se mas levanta-se por vezes fresco, o barco balança. A luz rompe pela chuva miúda e um arco-íris coloca-se por cima da ilha. A roldana continua a rodar, por enquanto só goraz. Nada de cherne. A luz flutua, magnífica, parece-se com o amarelo-torrado durante o embarque de gado no porto da casa. O barco do Pereira passa perto, o sol coloca-se junto da linha do mar, o dia cai e a roldana continua rodar. O Joca diz: há cherne! A água está límpida e consigo vê-lo por debaixo, boca aberta, anzol dentro. Está a meus pés, imóvel, grande e brilhante. Mesmo há cinco minutos estava a perto de 400 metros de fundo. Quando chegamos à vila e tiramos o barco da água já é noite. O sal nos olhos e o cheiro a peixe nas mãos. Durmo a noite toda profundamente.

Gonçalo Tocha

19 de Janeiro

Continuamos a mostrar imagens passadas. Permitem-nos ganhar mais confiança e disponibilidade. Nas palestras de comemoração do Santo Antão, mostramos uma rápida montagem da pesagem, descida, embarque e leilão do gado do Corvo, realizado em Agosto de 2007. A sessão é pública e conta com a presença de muitos lavradores, da veterinária e do Secretário Regional. Também isto já faz parte do filme, abrimos o livro e devolvemos a experiência a quem a fez. É importante perceber que estas imagens podem ter outro valor quando mostradas noutro contexto. Isto no fundo é trabalho de comunidade, permitir que se discuta a realidade próxima olhando para ela de fora.

Gonçalo Tocha

18 de Janeiro

Os mais importantes filmes feitos sobre o Corvo realizaram-se há pouco mais de trinta anos. Exactamente numa época de mudança. Já foram feitos depois do fim do dia do fio, do fim das ovelhas e a consequente passagem para as vacas. Foi uma revolução na ilha, maior do que a do 25 de Abril. Essas imagens falam de um tipo de sociedade que está no seu fim. O que eu vejo agora é outra ilha. Ou melhor, outro uso da ilha. Tudo mudou rapidamente, como ainda continua a mudar. Dos barcos de madeira para os barcos de fibra, das casas antigas do centro histórico, muitas em ruína, para as casas novas e modernas na parte nova da vila, das moto cultivadoras para os Jipes e os carros, dos campos cultivados para a importação, dos trabalhos na lavoura para os empregos nos serviços e na Câmara. Tudo tem de mudar e evoluir. Só o que me assusta é o desaparecer das diferenças e que possa chegar a um dia em que digamos que viver no Corvo é igual a viver em qualquer outra vila da Europa.


Gonçalo Tocha

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Graciosa

Santa Cruz da Graciosa
Em parceria com a Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa

Escultura
De 27 de Dezembro a 21 de Fevereiro

Atrapados
Marcela Navascués

Sentir o Azul
Isabel Sousa Carvalho

(O)pressão
Paulo Moura

Ela na Praia
Leonor Pêgo

Aos Avós
Leonor Pêgo

Mulher de Ferro
Leonor Pêgo

Padrões do Mar
Volker Schnuttgen


Congresso de Economia
"A Graciosa e os Desafios do Desenvolvimento no Século XXI"
De 21 a 25 de Fevereiro, no Auditório do Centro Cultural

Congresso de Educação

A nova escola: relações pais, filhos, professores e trabalhos de casa
12 de Abril

Congresso de Saúde
Maio

Congresso de Cidadania
7 de Junho

15.30 – Sessão de Abertura Presidida por Sua Excelência o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, José Ramos Aguiar.

16.00 – (Palestra 1) Ser Português, o orgulho de um povo, por Genuíno Madruga, Presidente da Liga dos Combatentes de Ultramar.

16.30 – Debate

16.45 – (Palestra 2) Crescer Português, pelo Padre Dinis Silveira.

17.15 – (Palestra 3) Cidadania: Direito/Dever pelo Dr. João Luís Bruto da Costa Machado da Costa, Presidente da Comissão de Pais da Escola Básica e Integrada de Santa Cruz da Graciosa.

17.45 – Debate

18.00 - (Palestra 4) Cidadãos em actividade cívica, pela Prof. Teodora Borba.

18.30 – (Palestra 5) Ser Emigrante e ser Português, por Tomás Picanço, Presidente da Junta de Freguesia de Guadalupe.

18.45 – Debate.

19.00 – Sessão de Encerramento por Sua Excelência o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, José Ramos Aguiar.



sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

17 de Janeiro

Todas as imagens criadas sobre um local, o Corvo, enquanto marcas rituais e traços de passagem devem entrar no filme que estamos a construir. Não como memória, não como artefacto mas como um presente que existe no que estamos a fazer, continuamente. O comentário do olhar no que ficou registado transforma o tempo de vida numa construção histórica constante. Se damos a ver o que filmamos, se pedimos que mostrem o que têm de imagens, é para aproximar os tempos e os espaços mentais. Por vezes, só na distância funciona. Talvez só daqui a trinta anos tudo o que estejamos a marcar em filme seja “visível”…

Gonçalo Tocha

16 de Janeiro

As crianças são de um olhar límpido e espantado, não se importam, olham pelo visor da câmara enquanto as filmo e admiram-se de ver em imagem o seu colega que está mesmo em frente. A creche do Corvo faltava-nos. Quatro bebés e doze crianças até aos cinco anos. As mães estão empregadas no sector terciário, poucas ficam com as crianças durante o dia. Mostramos-lhes imagens do Corvo em época de verão: garajaus, caranguejos, gaivotas e cagarros, ondas e rochas, vacas e cavalos, aviões, carros e motas. Verde, muito verde, plantas e peixinhos. As crianças podem ser filmadas como actores, agem e representam, perguntam, espantam-se, choram e riem. Fazem-me acreditar na imagem. Fora disto, por vezes tenho vontade de partir a câmara.
Mais em cima, nos campos sobre um nevoeiro cerrado, nascia um bezerro, de raça charolesa. Meia hora mais tarde, ele cambaleia e cai, tenta levantar-se ainda com placenta e sangue na pele. O nascimento é uma elipse. Não o vimos, surgiu do nada. O bezerro coloca-se por debaixo do corpo da mãe e tenta mamar mas a teta foge-lhe da boca. Ainda é pequeno demais. O ar escorre humidade e chuva pequena das nuvens rasteiras. Na vila um boi de 700 quilos era morto no matadouro.

Gonçalo Tocha

15 de Janeiro

Poucos serviços nos restam, poucos dias nos sobram, a aventura Corvo aproxima-se do fim e isso aborrece-me. Quero acabar com esta sensação de estar sempre a perder. O que não filmo está perdido. E não quero sair porque voltar entristece-me, leva-me ao centro de onde vim e não me atrai andar às voltas de um só ponto. Os dias passam rápido mas todos diferentes. O Corvo é o símbolo do que o Beru diz no Balaou: “As notícias são sempre iguais mas a meteorologia muda todos os dias”. Não existem nuvens semelhantes, da mesma forma e da mesma cor. O vento espalha-as. Hoje, de repente, um “olho de boi” no céu, um vortex recortado de nuvens cinzentas sobre uma auréola laranja, mais tarde violenta. Sinal de mudança de tempo. O mar eleva-se sobre a terra, pontilhado de espuma branca.

Gonçalo Tocha

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

14 de Janeiro

De manhã cedo, o meu irmão liga-me a dar-me a novidade. Às 03h34 nasceu o Artur, o meu sobrinho. Poderia ser só isto o dia, cabe tudo lá dentro, mas já hoje também conhecemos a Srª Irene, de 77anos, e o Srº Valdemar, de 80 anos, que são ajudados pelo serviço de apoio ao domicílio do Corvo. Entrar em casa de alguém que não conhecemos é uma dádiva preciosa. Não é só o tempo de vida, é a postura, o poder de visualizar um fio que nos liga a todos, do nascimento à morte. Isto é universal, isto não depende da geografia, isto não depende do isolamento. Hoje, depois de uma semana e meia de conversas, a Srª Inês acabou o gorro.

Gonçalo Tocha

13 de Janeiro

Uma das grandes libertações de estar no Corvo é não sentir as datas. Se hoje é o meu aniversário pouco interessa. Como aqueles pequenos peixes que se colam ao Mero das águas do Corvo para poderem navegar, eu prefiro cantar os parabéns ao Roque, o homem que nasceu em 1919 neste mesmo dia, sessenta anos antes de mim. Nuvens negras inundam a vila de escuro e a sensação de concha resume-se. Aqui estamos protegidos do mundo mas não dos males do mundo. Assusta-me o rumo deste modo de vida, ausente de passado e história, rasurado pelo aumento das condições de vida. Naturalmente instável e precário. Ter orgulho no Corvo é ter orgulho de viver na particularidade, na invenção de um modo de vida particular. O centro é onde estamos e não o que se compra.


Gonçalo Tocha



12 de Janeiro

O dia está demasiado mau para subir os campos: rajadas fortes empurram-nos para casa, o vento arrasta-se à superfície do mar, junto do Porto da Casa, criando lençóis de movimento, danças. Penso nas baleias de que me falavam o Sr. Costa e o Sr. Pimentel: “Eu via baleias debaixo de água!”


Gonçalo Tocha