Foi uma sensação de fim quando o Dídio partiu para fora do Corvo no Dornier. Cinquenta por cento da equipa já não está cá. O dia parece de verão, o sol quente e mar brando faz fingir que estou de férias. Ainda ressacado da pesca, penso no que me falta filmar. Já não há trabalho de pesquisa, nisto o som era fundamental. Tenho pequenos detalhes na cabeça, pormenores, elementos de ligação. Penso na sexta-feira quando também eu apanhar o avião. É triste que pare de filmar. Há sempre mais qualquer coisa a acontecer, como hoje, o barco Santa Iria que chegou mais tarde, perto das cinco horas, com um carro, uma moto-quatro, um barco de pesca, porcos em caixas, alimentos, cerveja, telhas, ferros e gasolina. Ficou até de noite e a luz que há lá dentro equipara-se à lua que saiu perto da baia do Porto da Casa. Tudo iluminado. Os pescadores chegam, barco a barco. Esta ilha faz-me arder os olhos só do que vejo.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.
O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.
As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.
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