DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Documentário sobre São Jorge


Um projecto de documentário de Catarina Afonso e Nuno Soares

Nota de intenções

A intenção deste documentário é viver S. Jorge, é mostrá-lo como ele é, do nascer ao pôr-do-sol.
Como são as suas gentes, como se organiza a sua estrutura social, quais são os investimentos e projectos para o futuro, tanto em termos culturais, como sociais e económicos. Nesta, como nas outras ilhas, interessa perceber de que forma se adapta aos dias de hoje, que indústrias florescem e quais as novas oportunidades que são criadas para um crescimento sustentado da ilha e das suas gentes.

Mais do que criar um postal de visita audiovisual, interessa, sim, contar uma história, uma história próxima do que é a realidade da sua história, do seu passado, do seu presente e os objectivos para o seu futuro.
Como se procede a um crescimento sustentado, orientado para um futuro mais promissor e com mais oportunidades para as populações dos concelhos e das povoações. Quais as expectativas dos jovens quanto às oportunidades que a ilha lhes propõe e oferece? E os idosos?
A intenção é conhecer, nas suas múltiplas vertentes e com diferentes contributos, qual é a realidade da ilha e qual é o seu potencial social, cultural e económico. Dar a conhecer uma das nove realidades numa panóplia de riqueza e experiências diferentes, com sotaques e vivências diversas, no fundo, explorar também uma outra realidade, que tanto pode ser semelhante ou não à nossa, que agora nos propomos à realização deste documentário, contagiados pela curiosidade em a conhecer.

Ver biografias de Catarina Afonso e Nuno Soares

Nuno Soares


Natural do Porto, Nuno Soares licenciou-se, em 2005, em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, com especialização em Imagem, T.V.
No seu percurso profissional na área audiovisual, tem trabalhado tanto para televisão como para cinema. Destacam-se alguns trabalhos, entre eles, como produtor da curta-metragem premiada no IV Festival de Curtas Metragens de Oeiras, “Pé de Feijão”, apresentado em festivais nacionais e internacionais, do documentário Craft, sobre as bordadeiras da Madeira, inserido no projecto Equal.
Também como produtor, foi responsável pelas produções do Programa Ponto Verde e Jornal Verde, exibidos no Canal 2 (RTP); Luz Verde, exibido no Axn. Como realizador da curta-metragem “Bilhete de Ida”, e do Making of da curta-metragem “29-41”.
Paralelamente, desempenha ainda a função de docente na Escola Superior Artística do Porto, onde lecciona a cadeira de Produção.
Participou, ainda, em vários projectos como foley e sound design, desenvolvendo e concebendo as trilhas sonoras, como é o caso do programa Mobiliário em Televisão, exibido na RTPN. Ainda na vertente do som, selecção de uma composição electroacústica “Morte do dó” para concurso no festival Black and White. Pontualmente, desempenha outras funções como editor, de curtas metragens, videoclips, programas de Tv e videoarte.

Catarina Afonso


Licenciada em 2005 pela Universidade Católica Portuguesa, em Som e Imagem, especialização Imagem T.V., Catarina Afonso, natural do Porto, conta já com alguns trabalhos que lhe permitiram diversificar, não só, as funções exercidas, mas também no estilo de registo.
Na filmografia, destacam-se alguns projectos, entre eles, a realização da curta-metragem “Pé de Feijão”, vencedor do IV Festival de Curtas Metragens de Oeiras e apresentado em diversos festivais nacionais e internacionais, fez ainda parte do programa de itinerância do ICAM; curta metragem “As Aventuras de D.Queixotes e Sancho Só Pança”; documentário “As Ilhas” sobre as ilhas (habitações sociais) do Porto; realização fotográfica e de vídeo na ilha da Madeira, intitulado Craft, documentário subordinado aos bordados da Madeira, inserido no programa Equal, no âmbito do projecto Trabalho Domiciliário: medidas e estratégias de intervenção. Este trabalho foi posteriormente exposto no Museu de Serralves, Porto.
Como assistente de realização, função que exerceu em programas como Ponto Verde e Jornal Verde, exibidos na RTP2; Mobiliário em TV, RTPN.
Na área de produção, como produtora da curta-metragem “Bilhete de Ida”, assistente de produção, na Gala Pirilampo Mágico; 1ª Gala World Press Cartoon. Tem desenvolvido, complementarmente, funções como argumentista, sonorização (foley) e grafismo. Na concepção e co-elaboração das trilhas sonoras do programa Mobiliário em Noticia; edição de vídeo clips e programas de diferentes vertentes, informativas e formativas, concepção de linhas gráficas, genéricos e separadores, de programas televisivos e vídeos institucionais.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

As flores dos chafarizes

Um projecto de documentário de Nathalie Mansoux, a realizadora que acaba de ser premiada no Festival Indie Lisboa 2008 o Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa com o documentário Via de Acesso (Portugal, 2008).

Nota de intenções

Na ilha das Flores, há muitas pessoas idosas oriundas dos Açores e do Continente. São milhares de histórias, às vezes esquecidas, inventadas ou re-inventadas que vivem dentro deles. Alguns lembram-se dos numerosos naufrágios do século XIX ou da época áurea da baleação que se viveu durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Outros preferem falar da guerra da manteiga do princípio do século XX, da apanha das algas marinhas dos anos 60 e 70 ou da base rádio naval francesa, inaugurada em Outubro de 1966.
Hoje, a antiga fábrica da Baleia do Boqueirão faz parte do Museu das Flores, a base francesa foi requalificada: abriga a polícia, os bombeiros, uma ludoteca e acolhe os turistas. Esses espaços são marcas importantes da história da ilha e da memória colectiva da ilha. Mas há muitos outros lugares, mais discretos, que marcam a paisagem da ilha e as memórias dos florentinos. Alguns desses lugares tiveram, ou ainda têm, uma função primordial porque funcional no quotidiano dos habitantes da ilha. É o caso dos fornos de cerâmica, fontanários, estaleiros, chafarizes, palheiros, moinhos.
Parece-me importante valorizar também esses lugares porque são chaves de entendimento do funcionamento da ilha. Referem-se às actividades quotidianas e à actividade agrícola, ao que faz ou fez viver a população da ilha durante séculos. Para dar vida a esses lugares quero trabalhar com pessoas idosas porque acredito que têm muito para contar: parece-me importante dar-lhes a palavra. Contudo, não quero realizar um filme passadista, onde se lamenta do que era e já não é, ou fazer um retrato somente contemplativo. Antes pelo contrário, pretendo animar esses lugares através de uma história particular, a de um homem e de uma mulher que lá viveram um momento forte, realizar retratos vivos e explorá-los audiovisualmente.
O documentário As flores dos chafarizes pretende criar uma ligação audiovisual entre histórias vividas de pessoas idosas e espaços funcionais, abandonados ou renovados do presente. Pretende ser um trabalho com a comunidade para "redescobrir" lugares emblemáticos do quotidiano dos habitantes da ilha.

Ver biografia de Nathalie Mansoux