DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

CAL

A CAL é uma Banda Desenhada de produção açoriana. Mariense de origem, tem vindo a ser publicada por capítulos na Revista :Ilhas desde 2004. O texto é de Judite Fernandes e o desenho de Luís Roque. Tem como ponto de partida o ano de 1864 e a ilha de Santa Maria, mas a partir desse mote percorre diversas ilhas do arquipélago, o universo da indústria baleeira e da pirataria, num círculo que evolui entre os Açores- Brasil- Caraíbas Estados Unidos-Açores. A história trabalha estes contextos, pontes e emaranhados pessoais articulando a poesia à narração e procurando construir uma forma de narração poética que abrigue as emoções na história e na aventura. O Atlântico, sua fúria mansa e incontrolável, percorre a cal dos dias. Cal é um cagarro existencialista e sereno como só os pássaros sabem ser, que decide acompanhar esta aventura protagonizada por uma mulher, Maria Antónia. Com este mote, a Cal aborda a fantasia e a realidade da mulher açoreana em finais do século XIX.
A representação e a estética deste trabalho enquadra-se no universo dos autores do contraste na BD a preto e branco, como Hugo Pratt, Comés, etc. É assim, porque este ambiente de grande contraste favorece a poética e ritmo procurados durante a historia pelas personagens, o desenho procura representar o essencial em detrimento do pormenor, estando lado a lado com a narrativa, e assim formarem um todo.
Pensamos que a CAL é um trabalho singular nos Açores, pela história, pelo período temporal que representa, pelo suporte BD, pela simplicidade e autenticidade do conjunto. Em suma, o que propomos é um projecto que contribua para que a BD também conquiste espaço na produção cultural nas ilhas, para reforçar o universo colectivo e fantástico da baleação e do sonho transcendental da rota do Atlântico ao longo de alguns séculos pelas gentes do mar, universo onde o arquipélago dos Açores se assumiu e ainda hoje se assume como ponto de referência. Com a CAL julgamos também poder contribuir para alargar a oferta do mercado do livro nos Açores.

Ver biografias de Judite Fernandes e Luís Roque

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