DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Comida

meu nome é comédia, mas não cuideis que me haveis por isso de comer

«Comida» nasceu de uma vontade de Gonçalo Waddington de fazer um monólog escrito por Miguel Castro Caldas. Já tinham trabalhado juntos na peça de Miguel Castro Caldas «O Homem do Pé Direito» e no «Conto de Natal», ambas encenadas por Bruno Bravo. Conseguiu-se uma co-produção entre o Teatro Maria Matos e «Os Crónicos», companhia da qual fazia parte o Gonçalo, e a peça, depois de escrita e ensaiada, esteve em cena no Bar do Teatro Maria Matos em Setembro e Outubro de 2006.
«Comida» é um actor que aparece diante de um público e começa a dizer coisas. Essas coisas foram previamente escritas e o actor tem-nas decoradas. O público está perante um caldo de voz e texto que oscila entre quem escreve, quem diz o que foi escrito, quem come e quem fala.
«Pode-se, com certeza, escrever a comer mais facilmente do que falar a comer; no entanto a escrita transforma mais as palavras em coisa capazes de rivalizar com os alimentos.» Isto diz Deleuze-Guatary, mas o dizedor deste monólogo acrescenta que em comum entre falar e comer há os movimentos da boca, «a boca muda a comer, a boca muda a falar».

A boca muda a falar.

Como é que uma boca muda pode falar? É deste paradoxo que a peça trata.

Miguel Castro Caldas

Ver biografias de Miguel Castro Caldas e Gonçalo Waddington

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