“Numa estadia num Verão recente, em São Miguel , vagueei pelo território da ilha todos os dias. Havia continuamente muitas nuvens que eu sentia deslocarem-se como se me perseguindo. Para além delas, havia vistas incríveis, lugares repletos de histórias possíveis e impossíveis, muitas manchas de verde imenso, muitos tipos diferentes de água por todo o lado, hortênsias exuberantes, areia quente e escura nas praias. Tudo símbolos de uns Açores que eu já conhecia só de livros e de histórias. Nalguns momentos que fotografei, consegui descobrir tudo isto mas, simultaneamente, algo mais difícil de conceber. Algo como um sentimento longo e demorado, próximo da ausência de tempo.
São 6 dessas fotografias que agora dou a conhecer como um conjunto. Sem que efectivamente o procurasse, suponho ter interpretado uma noção muito minha de belo, filtrada pela ideia de açorianidade.
Desta forma, o conteúdo destas fotografias translada-se subtilmente do referente, entrando num domínio de carácter ficcional. Contudo, o peso magnânime da ilha não se deixa esmorecer e paira sobre tudo como um grande deus do mar alerta. À escuta.Em sentido. Em silêncio a olhar, protector, todo-poderoso.”
São 6 dessas fotografias que agora dou a conhecer como um conjunto. Sem que efectivamente o procurasse, suponho ter interpretado uma noção muito minha de belo, filtrada pela ideia de açorianidade.
Desta forma, o conteúdo destas fotografias translada-se subtilmente do referente, entrando num domínio de carácter ficcional. Contudo, o peso magnânime da ilha não se deixa esmorecer e paira sobre tudo como um grande deus do mar alerta. À escuta.
Inês D' Orey 2007
Inês D` Orey apresenta fotografias da ilha de São Miguel, mas propõe um trabalho aberto. A exposição inicial ganhará outra dimensão à medida que a fotógrafa for passando pelas restantes ilhas dos Açores. D` Orey irá fotografá-las durante os períodos de exposição do projecto São Miguel.
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