A Crosta é uma história tão antiga quanto a humanidade. Diz Seferis: Acordei com esta cabeça de mármore nas mãos que extenua os meus cotovelos e não sei onde pousá-la… se não o sabemos, deixá-la voar até eliminar a sua gravidade, deixá-la partir, deixá-la ficar em confronto entre os dias inexplicáveis, deixá-la passear-se pela ilha múltipla de todos os estranhos que moram em nós.
A Crosta é o Luís, eu só lhe ponho algumas palavras na boca, diz a Judite. As Crostas são as coisas que não voam, são as que poisam, diz o Luís. A Crosta é aquele minuto em que por acaso tudo se torna subitamente claro, diz o Luís. Para logo se turvar outra vez, diz a Judite.
Pois então… a Crosta é pintura, poesia e narrativa procurando encontrar fusão através do diálogo estético do autor e da autora e das suas expressões que navegam, naquele objecto, juntas (não diz ninguém, mas sente-se).
A exposição
Três espaços antecedem o livro para o percorrer. Primeiro, convida-se cada pessoa a respirar o seu próprio poema, devagarinho… a fazê-lo palavras de pensar e de sentir a sua ilha de ser, depois… a atravessar as páginas através da pintura, do som e das palavras… depois… a fazer um exercício, o do processo partilhado de como se faz da pintura um livro de poesia que é um livro de pintura que conta a história de um poema…
Nenhum comentário:
Postar um comentário