O voyeurismo…
Um assalto sem roubo.
Uma rapariga tira fotos a desconhecidos numa discoteca com o seu telemóvel.
Vejo um blog.
Leio uma entrevista numa revista de sociedade.
Estou na praia e reparo no par amoroso que está perto de mim por uns instantes.
Uma câmara no elevador.
Raio-x na bagagem do aeroporto.
Eu e o meu vizinho já nos conhecemos pelas varandas das traseiras.
Estou sentada na esplanada a observar o grupo que está na mesa ao lado.
Procuro fotos no Hi5.
Estou “Ausente” no MSN mas controlo os outros.
Câmaras nas ruas de Nova Iorque.
O voyeur é, tipicamente, um homem que se veste de fato cinza escura, usa gravata azul, óculos de sol de lente preta (para esconder a direcção do seu olhar) e um chapéu como os detectives (para confundir, para que ninguém saiba muito bem a cor e o corte do seu cabelo). O seu disfarce não será discreto, mas o voyeur nem sempre gosta de passar despercebido: todos sabem da sua existência mas apenas alguns o notam.
Quatro mulheres vivem situações onde o voyeurismo é a personagem principal. Vidas comuns integradas num universo que explora a fronteira entre o "privado e o público" e que reflectem a solidão, a ausência e a busca do amor, do prazer, do equilíbrio... ou não.
Criação/Direcção: Nuno Rendeiro
Textos: Fernando Pessoa, Anton Tchekov, Carla Costa Gomes, Margarida Barata, Margarida Bento e Rita Pimentel
Cenografia e Figurinos: João Pinto e Nuno Rendeiro
Um comentário:
olá
vi o espectáculo recentemente no porto, no plano B e confesso que duvidei tratar-se de uma produção profissional, desde o tratamento das luzes ,passando pela sonoplastia , figurinos, texto e sobretudo interpretação pareceu-me uma colagem de clichés/pastiche e tiques maneiristas.
não está em causa a ideia, mas sim a forma como ela resulta.
é de notar que esta é uma opinião pessoal.
saudações
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