Marés

Marés por representar fases distintas do meu percurso artístico e por o mar ser a minha grande fonte de inspiração – pela energia que me transmite todos os dias, não só ao contempla-lo como também ao desfrutar das suas ondas, através do desporto que pratico – surf.
A técnica utilizada em todas as obras é acrílico sobre tela.
A exposição divide-se em três momentos: No primeiro estão representadas obras do ano 2000, e o meu objectivo é evocar energia positiva, transmitindo a minha emoção através de cores vivas e contrastadas, pela dinâmica da linha utilizada com várias espessuras e explorando diversos movimentos zigzags, curvas onduladas, deslizes cremosos, espumas fragmentadas…as camadas sobrepostas de tinta que quando raspadas revelam as texturas ricas de cor que estão por baixo. A gestualidade impulsiva de uma atitude espontânea, com o emprego de pinceladas justapostas que vão nascendo umas atrás das outras, procurando atingir a saturação da imagem.
O segundo momento da mostra, é um conjunto de obras do período de 2002 a 2004, onde a técnica utilizada é o spray que se sobrepõe a velaturas coloridas de tinta acrílica. Nesta alusão às ondas, cada obra é intitulada com o nome de manobras de surf, pois as formas elípticas representam a linha que os movimentos da prancha de surf desenha nas ondas…as cores são a adrenalina sentida!
O terceiro momento representa, as obras efectuadas entre 2005 à actualidade, onde procuro criar espaços mais vazios, que permitem à cor respirar. Foquei-me essencialmente no corpo, isto é, na fisicalidade e gestualidade, existindo uma depuração da imagem. As formas são diversas camadas de tinta, sobrepostas significando as camadas da vida. As telas de fundo preto são uma interiorização, com muitas texturas por baixo, como se fosse uma busca interior. Por outro lado, nas telas de fundo branco a textura é lisa e as cores são uma exteriorização das minhas emoções.
Na abstracção de todas estas obras, podemos descobrir um discurso ecológico, uma afirmação das energias renováveis até ao infinito.

Catarina Machado

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