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Tudo está sujeito à lei da impermanência, nada evolui constantemente sem se renovar no seu aspecto contrário, tal dinâmica é claramente evidenciada nos fenómenos naturais que assim se manifestam num contínuo movimento perpétuo. Veja-se, por exemplo, o Sol na sua deslocação aparente a ascender até atingir o seu ponto mais alto - as 12 horas solares -, passando de seguida a um movimento descendente. Também as águas do mar obedecem ciclicamente às deslocações orbitais da Lua com as marés de baixa-mar e preia-mar. Há mesmo quem afirme, como é o caso de Haziel, que toda «a matéria ficaria passiva se não fosse activada pelos Planetas à medida que estes passam neste ou naquele Signo.»¹ - as 12 Fontes Primordiais de Energias que ocupam as 12 casas terrestres ao longo do ano. Muitas outras evidências poderiam ser aqui enumeradas para sustentar a convicção de que o Homem enquanto elemento constituinte da Natureza, e portanto também ele parte integrante da «dança cósmica», reflecte nas suas acções - conscientemente ou não - os princípios dessa lei que parece evidenciar uma forte ligação ao quanto 12.
A instalação 12 remete-nos para uma particular observação desse fenómeno, circunstância que se prende com um dos transportes públicos de Lisboa. Tal como é do conhecimento comum, várias linhas de Eléctricos existem espalhadas pela cidade, todas elas com partidas e destinos diferentes. Todavia um destes veículos constitui uma excepção, o Eléctrico 12, que da Praça da Figueira parte e à mesma torna. Trata-se de um circuito - circulo, ciclo - que é efectuado no sentido programado dos ponteiros do relógio, ora subindo até às Portas do Sol, ora descendo para findar o percurso. E se cada volta completa é interrompida por inúmeras paragens, atente-se na sua contagem pois 12 é o seu número.

¹ HAZIEL (1988), A Quinta-Essência da Astrologia Prática, Lisboa, Ed. Pergaminho, 1999, p. 9

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