“Empty Quarter ¹ fala de uma cidade que habitei durante muito tempo. Uma cidade com a qual nunca consegui, e que talvez nunca conseguirei, estabelecer uma relação de pertença. Uma cidade que, de certa forma, sempre foi uma espécie de deserto. Só que um deserto povoado de pessoas e preenchido por prédios.
É um local inóspito, onde sempre me será, por várias razões, difícil viver. E estas fotografias relembram-me esses sentimentos. Mas, e apesar de tudo, elas representam um esforço de reter algo de uma cidade que será sempre central na minha existência.
Ao longo dos últimos cinco anos fotografei-a, assistindo ao seu crescimento, à sua renovação, ao passar dos dias e ao desfilar das pessoas nas ruas.
Acabei por documentá-la, apesar de estes serem documentos pessoais, representando uma cidade que possivelmente só existe em mim. É um projecto sobre o sentimento de pertença, sobre a sua ausência, sobre as percepções e representações de um dado espaço geográfico, sobre como a memória transforma e é transformada por essas percepções.
É sobre realidade e ficção.”
É um local inóspito, onde sempre me será, por várias razões, difícil viver. E estas fotografias relembram-me esses sentimentos. Mas, e apesar de tudo, elas representam um esforço de reter algo de uma cidade que será sempre central na minha existência.
Ao longo dos últimos cinco anos fotografei-a, assistindo ao seu crescimento, à sua renovação, ao passar dos dias e ao desfilar das pessoas nas ruas.
Acabei por documentá-la, apesar de estes serem documentos pessoais, representando uma cidade que possivelmente só existe em mim. É um projecto sobre o sentimento de pertença, sobre a sua ausência, sobre as percepções e representações de um dado espaço geográfico, sobre como a memória transforma e é transformada por essas percepções.
É sobre realidade e ficção.”
Gonçalo Fonseca
¹ Deserto na Península Arábica, considerado um dos locais mais inóspitos à face da Terra.
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