Neste trabalho pretendi explorar a necessidade de proximidade e mesmo contacto físico sujeito/objecto para uma completa consciencialização da escultura cerâmica e da mensagem que esta pode conter, nem sempre inteligível apenas ao olhar.
Este jogo da sedução sujeito/objecto é proporcionado através da forma, arredondada e envolvente, de superfície lisa, e das frases poéticas escritas nas peças, em Braille, numa interpretação muito própria (os pontos não são perfeitamente redondos nem da mesma dimensão e no seu interior tem uma concavidade quase sempre colorida).
A instalação de escultura cerâmica é constituída por nove peças, uma alusão óbvia às nove ilhas do arquipélago dos Açores, com forma e dimensões variáveis.
As frases poéticas, escrita em Braille, em cada uma das peças, foram retiradas de nove poemas de Vitorino Nemésio, do livro “Nem toda a noite a vida”.
Os poemas escolhidos foram “Dunas”, “O Ovo”, ” Soneto Quebrado, “A Ave e a Serpente”, “Madrigal”, “Segunda Vaga Verde”, “Hora”, “Cantar de Amor”e “Quadrante”.
As peças expostas no chão assumem uma posição relativa sensivelmente idêntica à disposição das ilhas no mar.
Ver biografia de Isabel Sousa Carvalho
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