DESTAQUE: Junta de Freguesia de Ribeira Chã adquire obras do Festa Redonda para nova sede. Ver Iniciativas
Aceitamos propostas de projectos na área da Escultura e Cinema.

O Festival Festa Redonda, que decorrerá nas nove ilhas dos Açores, arrancou no dia 25 de Outubro de 2007 e irá prolongar-se durante dezoito meses até Abril de 2009.

O evento, cujo nome presta homenagem ao escritor açoriano Vitorino Nemésio que escreveu “Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro Oferecidas ao Povo da Ilha Terceira” (1950), pretende facilitar o acesso de algumas franjas da população açoriana mais votadas ao isolamento a várias formas de cultura, contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico das ilhas do arquipélago e divulgar jovens valores em nove áreas de criação artística distintas.

As mostras de Arquitectura/Design, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Literatura, Música, Pintura e Teatro vão correr os Açores durante ano e meio, numa lógica de festival itinerante. Cada Arte estará em cada ilha por um período máximo de dois meses.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural Festa Redonda, criada com um objectivo que ultrapassa a realização deste evento único: ajudar a desenvolver regiões e comunidades, através da Arte e da Cultura, levando a locais isolados artistas, programadores, agentes culturais e realizações culturais que, de outra forma, não seriam aí acessíveis.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Shut Down


“O aparelho fotográfico dá-nos um segundo olhar, ou um primeiro? O seu olhar pode ser tecnicamente mais apurado do que o nosso, mas somos sempre nós a olhar. O seu olhar imprime-se nestas imagens captadas num lugar de chegada e de partida, em que os corpos, regulados pelo espaço numa solidão colectiva, ou em encontros ansiados, são condicionados por instruções e rotinas características.
Numa atitude aparentemente colectiva, os corpos revelam-se nestas acções que se repetem, são rotina do espaço, transportando o seu modo próprio, mas que apenas o inconsciente óptico, que o aparelho fotográfico é (Water Benjamin), permite visualizar. Os corpos de uns silenciam-se na companhia dos corpos de outros pela repressão do espaço e do tempo da acção, nesse espaço regulado, num espaço urbano.
O olhar da câmara é aqui turvo, como na realidade é o nosso olhar. Nós, a quem tudo parece focado como com a objectiva, mas que estamos realmente a focar apenas o ponto para onde dirigimos o olhar.
Crrrsh, disparo, o modo como chego a câmara ao corpo, a respiração retida (Bresson encontrava aí o instante da captação da fotografia), o movimento dos outros que se segue imediatamente ao que observo ao disparar, tudo movimentos mínimos que não podem fazer da imagem algo nítido e transparente, mas um esboço vibrátil".

Elsa Aleluia, Julho 2007

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