A exposição é composta por diversos posters de grande formato, com desenhos de contorno a preto-e-branco, que convidam os visitantes a preencher de cor usando os diversos lápis dispostos para o efeito. Uma vez mais, Nuno Coelho explora no seu trabalho conceitos como o vernáculo e a interactividade do público com diversos materiais impressos.
Os posters mostram diversos mapas e gráficos, assim como desenhos realizados a partir de fotografias recolhidas na sua viagem de um mês à Palestina em 2006 onde teve um contacto íntimo com a complexa situação da região.
Com esta intervenção artística, Nuno Coelho traduz em narrativas as tensões sociais que fazem parte do quotidiano daquela região onde três continentes colidem, propondo uma nova abordagem de pensamento sobre o conflito Israelo-Árabe, assim como um olhar crítico mas também irónico, que poderá mostrar o absurdo da situação presente.
Essa sensação de absurdo é enfatizada ao falar da actual situação social e política recorrendo a um imaginário e uma linguagem infantil. O trabalho vai ao encontro da opinião do autor que crê que apesar de haver um discurso global sobre a Palestina, poucas pessoas conseguem ver além das imagens e títulos chocantes gerados pelos Media e compreender os princípios básicos do conflito.
Para além disso torna-se importante questionar se poderá um acto artístico conter em si imenso significado político sem assumir um determinado ponto de vista ou sem aspirar a ser transgressor, subversivo ou activista. Tal como negar a Filosofia é já de si um acto filosófico, talvez a tentativa de mostrar um trabalho apolítico seja também ela detentora de uma forte posição política.
Um catálogo da exposição estará disponível, onde os desenhos dos posters que compõem a exposição encontrar-se-ão compilados num livro para colorir acompanhado por uma caixa de lápis. A edição será limitada, numerada e assinada pelo autor. Nuno Coelho estará presente na inauguração.
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