"Desde cedo percebi que a minha vida só faria sentido se me pudesse apresentar ao mundo sob a minha perspectiva, sob o meu olhar, sob a minha maneira idealista de ser. Um dia questionei-me sobre o que define um artista. Na minha perspectiva, não é nem a técnica nem a obra. É a atitude. Um artista é um eterno sofredor, é aquele que critica, que aponta o dedo, que indica o sentido, que conduz, que tem grande espírito de abdicação. É quem traz o infinito e todas as coisas de que precisa dentro de si para ser feliz. É a experiência de experimentar o momento da criação. Este é o caminho que ainda hoje procuro.
O resto são as relações que devemos desenvolver de forma a sermos encarados como uma mais valia num contexto colectivo. Para isso, precisamos de aprender, de apreender e partilhar quem somos com os outros. Precisamos enredar-nos na complexa teia social e económica de forma a sobrevivermos. Somos bem mais úteis se alguém nos ouvir. Somos bem mais úteis vivos, sobretudo para nós próprios.
Fiz vários cursos ligados à fotografia e aos audiovisuais, e neste momento trabalho como fotojornalista e, quando posso e acredito, dedico-me às artes plásticas".
Humberto Almendra
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